''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Limites






Alguns amigos mais próximos me classificam como "mãe-má", alguns concordam com minha forma de educar outros não. Sempre acreditei que os filhos tem que ter "limites" e que deve haver hierarquia, os filhos obedecem aos pais. Uma visão retrógrada? Pode ser, mas meus filhos sempre foram elogiados pela educação que demonstram. Recebi um texto, que me fez pensar num incidente que tive com meu filho semana passada e mais que nunca reafirmo minha posição de "mãe-má". Como educadora utilizo a mesma postura tentando mostrar aos pais a sua posição de liderança e não liderado. Gostaria de saber a opinião de vocês à respeito do texto e me respondam, alguma vez você já disse "não" a seu filho(a)? Comentem.
Beijos.







LIMITES

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na História.
O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas" do que nós, ousadas, e mais "poderosas" que nunca!
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais, e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. O primeiros que crescerem sob o mando dos pais, e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o pior: os últimos que respeitaram os pais ( às vezes sem escolha) e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.
Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.
E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, que os patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para "ganhá-los" e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e dar tudo a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos verem tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundado uma sociedade que parece ir à deriva sem parâmetros nem destino.
Se o autoritarismo suplanta, humilha, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores. Vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual muitos estão afundando, descuidados. Os LIMITES abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.

4 comentários:

  1. Com tudo o q vc escreveu eu concordo, ´so falta acabar com a preguiça dos pais.

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  2. Eu acompanhei o ocorrido entre você e o Anderson e pode ter certeza que você agiu de maneira certeira, ele é que foi exagerado na reação. Já falei NÃO para minha filha, poucas vezes é verdade, e ainda não fui posto a prova no que se refere a uma questaõ mais relevante. Os filhos não estão conquistando espaço, a maioria dos pais é que estáo abdicando desse espaço... Você realmente é uma 'mãe má', para sorte dos seus filhos.

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  3. Entao Tania,
    nao sou mae ainda, e isso me assusta e muito... como eu vou educar meu filho? se serei capaz de dar a educação que meus pais me deram, nem mais nem menos... e sim a MESMA educação que eles deram. Cheios de "não" nas horas certas e nem por isso me revoltei, muito pelo contrario, agradeço e dou valor a tudo que tenho e ainda sonho em ter.
    Vejo pelos meus alunos, crianças totalmente perdidas em familias despreparadas... crianças no "auge dos seus 6, 7 anos" e os pais que ja nao sabem o que fazer com eles... fico pensando: e quando chegar aos dezoito, como será?
    Esse texto que vc postou é bem essa realidade que vivemos... mostra esse povo tao "superior" que nao sabe sequer dar um rumo para seus filhos. É assustador! Nao tem outra forma de explicar!

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  4. Sou mãe de dois "aborrecentes", meus amores, e parte da minha vida.
    Outro dia perguntei a minha filha sobre porque não somos tão amigas quanto as minhas amigas e suas filhas, e a resposta que obtive foi "A senhora já viu soldado ser amigo de general", confesso que fiquei sem ação por alguns segundos e tentei contornar, outro dia conversando com duas amigas minhas toquei no assunto e chegamos à conclusão que mãe tem que ser mãe, tem que cumprir sua função, (e modestia à parte, cumpro bem a minha), e amiga tem que ser amiga, não dá pra ser as duas ao mesmo tempo (talvez uma de cada vez, mas sempre mais mãe que amiga) li algum tempo um texto que se chama mães más, me tocou muito e mostra realmente a função de mãe. De orientar impor limites e amar incondicionalmente.

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