''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

domingo, 28 de fevereiro de 2010

As imagens por si só já dizem tudo...
Beijos a todos.. Bom domingo!!




40 Conselhos
 
1 - Caminhe de 10 a 30 min. todos os dias. Enquanto caminha, sorria.

2 - Fique em silêncio pelo menos 10 min. cada dia. Se necessário a sós.

3 - Escute boa música todos os dias, é um autêntico alimento para o espirito.

 4 - Ao levantares pela manhã diga o seguinte: Meu propósito hoje é...

5 - Viva com os 3 E's...Energia, entusiasmo e empatia.

6 - Divirta-se mais do que no ano passado.

7 - Leia mais livros que no ano passado.

8 - Olhe para o céu pelo menos uma vez ao dia, leve em conta a majestade do mundo em torno de você.

9 - Sonhe mais enquanto estás acordado.

10 - Coma mais alimentos naturais como, frutas e verduras e menos alimentos industrializados e os que requer sacrifício.

11 - Coma castanhas e nozes. Tome muita água e um cálice pelo menos de suco de uva todos os dias.

12 - Experimente tratar bem pelo menos três pessoas por dia.

13 - Elimine a desordem da tua casa, do carro, do escritório e deixe que uma nova energia flua em sua vida.

14 - Não gaste teu precioso tempo em fofocas, coisas do
passado, pensamentos negativos e coisas fora do teu controle. É melhor investir tua energia em coisas positivas.

15 - Note que a vida é uma escola e você está aqui para aprender. Os problemas são lições que vêm e vão. O que você aprende é melhor investir nas necessidades presentes.

16 - No desjejum coma como um rei, no almoço como um príncipe e no jantar como mendigo.

17 - Sorria mais.

18 - Não deixes passar a oportunidade de abraçar quem aprecias.

19 - A vida é muito curta para desperdiçar tempo odiando alguém.

      20 - Não se cobre tanto. Não faz bem.

21 - Você não tem que vencer todas as discussões. Demonstre que não está de acordo e aprenda com os outros.

22 - Esteje em paz com teu passado, assim não arruinarás teu presente.

23 - Não compares tua vida com a dos outros. Não tens idéia do caminho que eles andaram.

24 - Ninguém é responsável pela tua felicidade, exceto você mesmo.

25 - Lembre-se que você não tem controle sobre o que acontece com você, mas sim o que fará da sua vida.

26 - Aprenda algo novo cada dia.

27 - O que os outros pensam de você não importa.

28 - Aprecie teu corpo e disfrute-o.

29 - Não importa quão boa ou ruim é a situação, mude-a se necessário.

30 - Seu trabalho não vai se preocupar se estás doente. Seus amigos sim. Fique em contato com eles.

31 - Descartar qualquer coisa que não seja útil, bonito e divertido.

32 - Inveja é um desperdício de tempo. Você já tem tudo que necessita.

33 - O melhor está para acontecer

34 - Não importa como te sentes, levante-se, vista-se e participe.

35 - Viva com plenitude do seu ser.

36 - Comunique-se com teus familiares com frequência, mandando-lhes mensagens como: Estou pensando em você!

37 - Cada noite antes de dormir diga o seguinte:

Dou graças por ___________________.

Hoje eu consegui _____________________.

38 - Lembre-se de que você é muito abençoado para estar estressado.

39 - Aproveite a viagem. Só tens uma oportunidade de tirar o melhor proveito.

40 - Por favor envie esta mensagem a quem é importante pra você.

A vida é bela. Aproveite-a enquanto podes. 


sábado, 20 de fevereiro de 2010

The last chance Harvey (Tinha que ser você)

 Eu tenho a ligeira impressão que Pondé é um frustrado critico de cinema... pois sempre nos dá uma visão mal-humorada dos filmes, agora nesse "Tinha que ser você", "The Last Chance Harvey", confesso que procurei ver o filme, que já não estava mais em cartaz, por causa do comentário de certa forma favorável em relação ao protagonista. Ele parece apreciar as pessoas perdedoras (loosers segundo ele), aí se desmancha em elogios...
Neste, Pondé perde sua acidez habitual e nos brinda com uma sutil.. (sutil mesmooo) docilidade em relação ao filme.
É um filme que indico a todos, nos mostra que o amor improvavel também existe para as pessoas que já perderam a esperança de encontra-lo. 
Beijos a todos e ótimo final de semana.. os deixo com o sempre mal humorado (hoje nem tanto)...
Luiz Felipe Pondé.




Uma das qualidades  de "Tinha que Ser Você" é exatamente ser otimista sem ser brega




O filme "Last Chance Harvey" (última chance Harvey), "Tinha que Ser Você" em tradução ridícula, com Dustin Hoffman e Emma Thompson discute um tema duro, sem deixar de ser delicado. A história não é um mero romance de um homem e uma mulher que se encontram de forma improvável, já nos 60 anos, quando tudo tende a estar decidido e muito pouco resta a fazer. O filme descreve a vida de dois "losers" (pessoas fracassadas na vida) que se encontram e como eles apostam um no outro.
Uma das qualidades do filme é exatamente ser otimista sem ser brega, coisa rara numa cultura que preza por um otimismo de massa para retardados do tipo: "Confie no seu desejo que vai dar certo". Não, na maioria das vezes, não dá certo, pouco importa o que você fizer.
O filme é uma anatomia do fracasso. Só a coragem pode desafiar o hábito do fracasso. A vida só sorri para os corajosos. Esta é a grandeza de Harvey, quando, aos 45 minutos do segundo tempo, arranca um sorriso da triste mulher envelhecida, até então atolada, como ele, no hábito do fracasso. E apostam numa vida improvável. Vem aos lábios: "Meu Deus, afaste de mim o cálice da covardia!". Enquanto eu tiver coragem, minha alma respira.
A figura do "loser" é insuportável. Antes de tudo porque a maioria da humanidade é "loser" e você de 20 anos poderá ser um "loser" aos 50.
A diferença entre o título em português (romance "sessão da tarde") e o título original (falando da última chance na vida de um homem) revela que a grandiosidade do filme não está exatamente no "amor improvável". Mas na coragem de pessoas maduras enfrentarem o "aconchego" que o hábito pode dar, mesmo que seja o hábito da infelicidade, como diz a personagem de Emma Thompson quando confessa, ao final, mais ou menos assim: "É mais fácil quando me decepciono".
Ele é um homem que sonhava em ser um pianista e virou um criador medíocre de jingles. Separado, sua esposa se casa de novo com um homem bem sucedido, alto e bonito. Há maior tormento para um homem baixinho, feio e pobre do que imaginar sua ex-esposa, gemendo delícias na cama entre as mãos de um homem rico, alto e bonito?
Harvey receberá dois duros golpes. Primeiro, será trocado por um jovem no emprego (ele recebe seu emprego de volta, e sua recusa será a chave de que escolheu mudar de vida); depois, sua filha escolherá o marido da mãe (o tal alto, rico e bonito) para levá-la ao altar -o filme se passa no momento em que ele vai a Londres para o casamento da filha.
Aliás, uma das qualidades do filme é não demonizar a ex-esposa e a filha como se elas fossem aquele tipo de mulher insensível e interesseira que habita os pesadelos dos homens fracassados. Todavia, faz parte do imaginário dos homens fracassados serem abandonados por suas mulheres. Se acreditarmos nas estatísticas, acreditaremos que as mulheres são (quase) sempre insensíveis e cruéis com seus maridos fracassados. Mulheres e filhos não suportam homens fracos e derrotados pela vida. São poucas as opções para os homens: ou o sucesso ou o sucesso.
Ele vive o inferno universal do homem derrotado: pouco dinheiro, competência medíocre, recusa sistemática das mulheres em considerá-lo parceiro. No voo para Londres, quando ele tenta entabular uma conversa com uma loira sentada ao seu lado, ela o troca pelo travesseiro de forma fulminante.
Ela trabalha no aeroporto de Londres fazendo aquelas pesquisas chatas com os passageiros. Tem coisa mais chata do que ser parado por essas mulheres passadinhas, com o corpo se desmanchando dentro de vestidos foscos, fazendo perguntas pentelhas quando você sai de um voo de 12 horas?
Ela é uma mulher tímida, meio desajeitada, e já naquela idade em que a solidão é seu par. É triste se ver como um iogurte que lentamente atravessa o prazo de validade. Sua mãe, ela mesma trocada pela secretária do marido (eles fugiram para o sul da França), passa o dia atormentando a filha pelo celular.
Com um trabalho idiota, nossa heroína enfrenta a dura verdade de que a maioria das mulheres resseca diante do fracasso amoroso, apesar da propaganda enganosa dizer o contrário. Para as mulheres, os índices de sucesso permanecem monótonos como os desertos: leveza d'alma, beleza das formas.
É um drama para gente grande, nada a ver com romance adolescente. "Losers" de 60 anos têm a experiência do tempo contra eles, não têm uma segunda chance.





terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O romantismo idiota de "Avatar"

Luiz Felipe Pondé

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No filme de James Cameron,
a relação com a Natureza
é de vida ou morte,
ou ela ou nós.
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O FILME "Avatar", de James Cameron, é melhor do que "2012". "Avatar" também tem um ar apocalíptico, mas reúne elementos estéticos e de conteúdo mais elaborados do que "2012" e seu besteirol maia. 

Mesmo assim, "Avatar" acaba sufocado por outro tipo de besteirol que é seu romantismo para idiotas: a fé no povo da floresta que vive em harmonia com a natureza. Nenhum povo vive em harmonia com a natureza. A diferença na relação com a natureza sempre se definiu pela maior ou menor capacidade técnica de cada cultura em controlá-la.  
Os índios brasileiros que cá estavam quando chegaram os portugueses ("nossos libertadores") só viviam "em harmonia com a natureza" porque eram tão atrasados que nem conheciam a roda. Preste atenção: a relação com a natureza é de vida ou morte, ou ela ou nós. A expressão "lei da selva" não foi inventada pela avenida Paulista e seus bancos, mas sim como descrição da natureza e seu horror.  

Isso não significa que não existam limites para a exploração da natureza, mas isso tampouco significa que exista uma coisa que seja "a doce Natureza". Serpentes e barbeiros (os besouros da doença de Chagas, não seu cabeleireiro unissex) e câncer são tão naturais quanto os passarinhos.  

O romantismo é uma escola literária de peso. Último grande grito contra a vida brutalizada pela fúria mercantil, ele reúne uma crítica contundente ao capitalismo tecnicista e sua crença brega na ciência - "a ciência é o grande fetiche da burguesia", dizia o filósofo Adorno. Em "Avatar", o romantismo degenera em conversa de retardado.  

Revolucionários românticos sonhavam com uma vida que recuperasse "valores pré-modernos" identificados com uma vida em comunidade onde as pessoas não seriam monstros interesseiros. O problema desses revolucionários é que "comunidade pré-moderna" não é uma comunidade de hippies legais, mas um tipo de sociabilidade onde o padeiro da esquina sabe que sua mãe é amante do padre, que seu pai é brocha, e que nem você nem ninguém têm pra onde ir. A idealização do que seria uma comunidade é uma das marcas dos idiotas utópicos.  

Ninguém está disposto a abrir mão da liberdade individual moderna em nome de qualquer comunidade, por isso toda tentativa de "re-fundar" comunidades fracassa, apesar da admiração de muito pós-moderno bobo por culturas que não conheciam a roda. Não basta ter um filtro de barro em sua casa na Vila Madalena pra você conseguir viver em paz na comunidade da deusa natureza.  

O filme se passa num planeta (Pandora) tipo Amazônia, onde existe uma enorme riqueza mineral escondida sob o solo coberto por uma floresta tropical cheia de "monstrinhos e plantas que ascendem ao toque das mãos", habitada por uma população linda de seres que muito se parecem com índios americanos. Pandora já remete à narrativa da "caixa de Pandora" e suas maldições.  

O nome da raça que habita Pandora, os Na'vi, soa muito próximo da palavra hebraica para "profeta", "navi" ou "nabi". Os humanos gananciosos não são capazes de perceber como os Na'vi são seres em contato com a deusa cósmica. Os índios de Pandora são profetas da deusa.  

O personagem humano principal é paraplégico, mas ao se tornar um Na'vi recupera as pernas: eis a metáfora da condição humana vista pelas lentes do romantismo degenerado.  

Somos uns aleijados em comparação aos belos índios místicos donos da verdade cósmica. E qual é essa verdade? Que a natureza é um grande cérebro pensante e que devemos nos dobrar a ela porque assim a vida será bela.  

Meu Deus, como ter paciência com esses aleijados mentais? Ninguém leu Darwin? Ninguém nunca observou a natureza de perto? Nunca sentiu o odor de sua violência? Numa cena, nosso herói escapa de uma fera. Esta mesma fera se oferecerá em seguida como montaria dócil para a heroína Na'vi a fim de combater os humanos gananciosos. Hipótese do filme: se um leão come a cabeça de uma mulher, isso é "bem cósmico", mas diante da ganância humana, ele se oferecerá como montaria dócil e fará discernimento entre sua crueldade "do bem" e a "maldade humana".  

Noutra cena, na qual a heroína Na'vi salva o mocinho, ela dirá: "Eu tive que matar essas belas criaturas porque você fez barulho".  

Moral da história: se você não respirar e não andar, a natureza o amará pra sempre. Caso apareça um porco capitalista, os leões virarão gatinhos. Só um idiota pensaria isso. 

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Seres Humanos






Tenho aprendido que lidar com o ser humano pode ser uma aventura, uma comédia ou um drama.
As pessoas estão de tal forma centradas em si mesmas que exigem, obrigam as pessoas com quem convivem a serem iguais ou se submeterem a elas.
Convivendo com diversos tipos e grupos de pessoas tenho aprendido que não se pode esperar amor e respeito de pessoas que não são capazes nem de amar a si próprias. Pessoas que se fecham em seus mundinhos medíocres, mesquinhos e ilusórios, acomodando-se com as situações e escondendo seus sentimentos mais infames atrás de valores que na realidade só são venerados quando aplicados a outrem. Pessoas que vestem suas máscaras e acreditam enganar-nos, pobres mortais, esquecendo-se que mais cedo ou mais tarde estas cairão e mostrarão quem elas realmente são. Pessoas que não admitem seus erros, transferindo a responsabilidade por eles para os outros. Pessoas que tudo querem de nós, mas nada podem nos oferecer por se acharem superiores.
Algumas interrogações pairam em minha mente. Somos seres idênticos biologicamente, então porque temos tantas diferenças? Porque temos afinidades com certas pessoas e repulsa por outras. Porque, com algumas pessoas temos afinidade quando as conhecemos e, com o tempo, esta afinidade desaparece e muitas vezes torna-se aversão? Como pode uma pessoa amar outra num momento e detestá-la em outro? Por que o ser humano sente prazer em dominar seus semelhantes pela força, seja ela física ou econômica ou emocional?
Será tão difícil para o “Ser Humano” priorizar as boas relações interpessoais, conviver entre si apenas por simples prazer, sem se preocupar se aquelas pessoas, um dia, lhe serão falsas e infiéis? EU TENHO UM SONHO... Um sonho em que viveremos num mundo em que não haverá guerras. Um mundo onde o amor ao próximo seja mais importante que o “valor do próximo”. Um mundo em que possamos dizer “Eu te Amo” sem o temor de sermos taxados de tolos e infantis. Um mundo onde as pessoas se respeitem independente de sua cor ou condição física. Um mundo em que não exista a tirania da exploração do homem pelo homem.O ser humano é capaz de desenvolver a mais alta tecnologia e obter avanços científicos inimagináveis, porém, é incapaz de se relacionar com seus semelhantes de forma igualitária, livre e fraterna.
Sei que na verdade isso é uma utopia, mas reflitam: Será que um mundo assim seria pior que a verdade que vivenciamos hoje?

(Desconheço a autoria, mas existem trechos da música Imagine de John Lennon...)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A assinatura do vazio

Luiz Felipe Pondé




A ciência da natureza cala o universo, a ciência da grana devasta as relações humanas




      Um sintoma típico da modernidade é o sentimento de orfandade: o universo não é um útero, mas um deserto. Depois de Newton e sua mecânica, o universo deixou de ser o espaço da "assinatura de Deus" para se transformar numa espécie de lego vazio de sentido. Pedras e inércia.
      A ciência moderna abriu o caminho para o darwinismo, que transmitiu aos seres vivos a mesma "assinatura do vazio" que Newton tinha dado aos seres inanimados. Entre Newton e Darwin, as pedras, os animais e você, todos, estão imersos no mesmo mar de silêncio, de inércia e de movimento cego. Enfim, um nada de significado. Qualquer "voz" vinda desse universo é apenas fruto de seu cérebro doente.
      Por exemplo, se seu filho de 15 anos tem um câncer, e você pergunta para o médico "mas por quê?", tudo que ele pode responder é "fator genético, processos celulares, azar atômico". Não é isso que você quer ouvir, mas é tudo que a medicina cientifica pode dizer.
      Você quer ouvir coisas como: "Ele escolheu ter câncer aos 15 anos nesta vida para aprender algo necessário para seu desenvolvimento espiritual", ou "ele sofre porque foi escolhido por Deus para isso".
      Mas não é só a ciência da natureza cega que nos assusta. Outra ciência nos atormenta: a ciência do dinheiro e de sua vida calculada. O capitalismo implica virtudes econômicas e contábeis que devem resolver não só sua conta bancária, mas também suas relações pessoais, suas decisões existenciais, suas escolhas profissionais, enfim, a totalidade da sua vida.
      A ciência da natureza cala o universo, a ciência da grana devasta as relações humanas. Essa ciência do dinheiro acaba por desmantelar qualquer mistério. E pior: joga sobre o lamento romântico a suspeita da pura e simples incompetência como causa escondida do próprio lamento.   Quer um exemplo?
      Goethe (séculos XVIII e XIX), romântico alemão, em seu maravilhoso romance "Anos de Formação de Wilhelm Meister", nos conta o processo de formação do jovem Meister: de adolescente passará a homem.
      Nosso jovem Meister é um artista que sofre pressões de seu pai burguês para se tornar o futuro administrador dos negócios da família. Nada mais chato para um jovem que, além de sonhar o tempo todo com sua amada Marianne, uma atriz (que na realidade é amante de um burguês), alimenta projetos teatrais e poéticos. O jovem Meister é um exemplo claro da personalidade artística romântica: tem náuseas diante das demandas banais de uma vida do dinheiro.
      Ele tem um amigo que, esse sim, se vira bem no mundo onde os jovens devem se preparar para serem futuros homens de negócios.
      Numa cena memorável, nossos dois jovens conversam sobre uma decisão tomada pelo jovem Meister. Depois de sofrer muito com um mundo onde não há confiança nem amor verdadeiro, nosso herói decide queimar todos os seus "poemas e projetos" e se tornar definitivamente um homem maduro e seguir os desejos de seu pai.
      Mas o importante aqui não é propriamente a decisão, mas a explicação que nosso herói dá para o amigo (bem resolvido) como causa de sua mudança de vida.
      O jovem Meister diz que "sentiu" que todo o universo lhe mostrou que era hora de mudar. Uma experiência de "parceira cósmica" lhe mostrara o caminho. Então, num "acesso de verdade", nosso romântico queimou tudo que significa "seu velho eu".
      A resposta de seu amigo representará a voz da maturidade moderna humilhando a reação do ainda infantil Meister: "O universo nada tem a ver com nossas decisões". E mais: pensar que o universo seja "responsável" de algum modo pelo que nos acontece ou por nossas decisões, erra acerca da natureza do universo (mudo), mas fala muito acerca da nossa covardia e da incapacidade de assumir a "solidão desse silêncio", na qual apenas nós e outros homens e mulheres como nós mesmos são responsáveis pelo que acontece. A virtude burguesa por excelência é a capacidade de sermos agentes de nosso sucesso e de nosso fracasso sem responsabilizarmos ninguém nem nada por eles. Uma espécie de "virtú maquiaveliana" vista pelos olhos de um banqueiro e vivida pela alma de um caixa de banco.
      Não se trata da morte de um "velho eu" e do nascimento de um "novo eu" pelas mãos de um universo "parteiro" que fala conosco de um modo misterioso, mas simplesmente da agonia infantil do jovem Meister que ainda não percebeu que a batalha contra o mundo das pedras, da inércia e do dinheiro é uma batalha perdida.

 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mania de Possuir






 Guilherme Arantes
Essa mania de possuir
Mata em nome do amor
Fere o espaço mágico da criação
O sentimento à flor da pele

Essa vontade
De engolir o mundo
Ter tudo nas mãos
Logo pode trazer outra desilusão
Coração que não descansa.

Eu preciso de você do jeito que é
Sem te aprisionar
Eu quero inteira
Quando a gente gosta mesmo
Não quer mudar a pessoa

Quantos vivem de mentiras
Dando a impressão
Que a sua certeza é a verdadeira
Quando a gente enxerga as coisas
Não tapa o sol com a peneira
Então, me entenda
Esse é o meu jeito.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Churrasco na laje em Paris

Luiz Felipe Pondé




O turismo precisa ser barato e, como tudo que tem que ser barato, se torna brega




      Na noite de Natal, um jovem nigeriano, radical islâmico, tentou explodir um voo de Amsterdã para Detroit. No ano passado, um jovem palestino-americano, também muçulmano, fuzilou colegas militares numa base nos EUA.
Os dois mantinham laços "espirituais" com líderes muçulmanos radicais. Ambos os casos apontam para o fato de que não há uma relação necessária entre pobreza social e educacional e aderência ao projeto terrorista: o jovem nigeriano era milionário e educado em escolas inglesas. O palestino-americano tinha formação universitária.
Vale lembrar que islamismo não é sinônimo de terrorismo islâmico. A maior parte dos muçulmanos quer viver em paz, como eu e você. A mídia foi suave na suspeita de que fatos como esses indicam que, sim, os EUA estão numa guerra com o terrorismo islâmico, como dizia o malvado Bush. A causa dessa suavidade, talvez, seja a parcialidade evidente com a qual a mídia trata o príncipe da esperança Obama.     Pouco adiantou seu desfile de "pombinho da paz" pelo mundo islâmico logo após sua posse. Nada mudou.
O conflito continua, e os radicais islâmicos estão longe de ser o que essa elite liberal americana insiste em pensar que são: "pessoas legais", que apenas querem conversar. O que essa elite liberal americana não entende é que esses radicais islâmicos desprezam o blá-blá-blá liberal ocidental e nos considera a todos, do lado de cá, um bando de degenerados, que devem ser combatidos porque não aceitam Alá, só pensam em dinheiro e sexo fácil e não sabem manter as famílias em ordem -o que não deixa de ser verdade...
      Um resultado imediato do ato deste "chato nigeriano" será o impacto sobre os procedimentos de segurança no embarque dos aeroportos. Vão piorar e ficar mais paranoicos. Confessemos: viajar se tornou uma tortura. Aeroportos, aviões, hotéis e museus parecem as velhas liquidações de eletrodomésticos, com gente se empurrando para dizer "eu estive em Paris". Quem "sabe" viajar já desistiu do Louvre há muito tempo porque ele virou um templo de adoradores de "códigos da Vinci".
      Em 1992, quando fiquei um tempo na Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, visitei a catedral (ex-mesquita) de Córdoba. Numa tarde de outono, os sinos tocavam e pombas voavam no pátio. O silêncio na catedral era uma prova da presença de Deus ou Alá. Meus olhos, diante daquela beleza moura, eram como pulmões sem ar em meio a tanto ar puro. Voltei lá depois. Não se ouve mais sinos. As pombas se suicidaram diante da horda de invasores de férias. O silêncio fugiu. A beleza se recolheu. Só se ouve o ruído da horda e de suas câmeras filmadoras.
O filósofo romeno radicado na França Émil Cioran (século 20) tinha por hábito passar o verão nas praias da Normandia e Bretanha. Num desses momentos, ele escreve que os "novos bárbaros" (os turistas) tomaram o lugar dos "viajantes", pessoas que amam conhecer o mundo pra se "espantar" com ele, e não torná-lo seu "churrasco na laje em Paris".
      Além do fato de que o turismo, para sobreviver, precisa ser barato e, como tudo que tem que ser barato, se torna brega. Os aviões cada vez mais se parecem com ônibus cheios de gente mal-educada tirando fotos de si mesmos enquanto berram sobre seus planos de visitar dez cidades em dez dias pagos em cem vezes. Com a fúria típica da "massa feliz", esses neobárbaros transformaram a antes deliciosa experiência de viajar para conhecer novos mundos numa visita a um shopping center de periferia e suas praças de alimentação.
      O que fazer? Nada. Fatos como esses são meras sequelas da democracia do capital. Uma contradição sem solução: para funcionar, o capitalismo tem que tornar tudo acessível, e, por isso, tudo tem que virar um supermercado num sabadão. É como conhecer uma praia deserta: se você contar para todo mundo, ela logo vira uma praia insuportável como todas as outras. A horda de bárbaros chegará com suas sacolas, suas crianças, seu ovo duro e sua música horrorosa.
      As produtoras de viagem precisam desenvolver ferramentas pra preservar (assim como quem preserva espécies em extinção) espaços no mundo para quem não gosta de churrasco na laje como estilo de vida. Como? Rompendo com operadoras de turismo de massa, montando trajetos para pessoas que detestam museus lotados e jantares típicos bregas. Entendendo que o "tédio com o turismo" pode ser um novo controle de qualidade.

 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E a Educação? Vai bem obrigada!



Essa foi uma questão da tão "mal falada" Avaliação por Merecimento dos professores da Rede Estadual.
Analisando a questão na hora da prova, achei que a criança tinha segmentação, falta algumas letras mas isso é corrigido com o tempo através de atividades gramaticais e ortográficas, mas "neste" momento essa criança não esta alfabetizada. Respondi a alternativa B que a criança "não apresenta problemas de segmentação  e sim de omissão e troca de letras" porque não havia uma outra alternativa dizendo que ela ainda não esta completamente alfabetizada.
Pois bem... ERREI.. a resposta (correta) é a alternativa D... para os pedagogos "de escritorio" que usam essas crianças como experiencias, mas não está o dia a dia com ela, esta criança esta alfabética. 
Pois bem, quando iniciei no magistério a 21 anos atrás uma criança dessa nunca seria considerada alfabética. (mesmo porque não existiam esses termos todos, pré-silábica, silábica com valor, silábica sem valor e alfabética.) Ou ela sabia ler e escrever ou não. Agora inventam mil e uma designações para encobrir que a criança não está preparada.
Proponho aos nossos nobres deputados... além da cota para crianças da Escola Pública.. (já sabemos o porque, pra encobrir que ela na maioria das vezes não tem o conhecimento necessário para entrar numa faculdade pública), porque também não criam uma cota para alunos analfabetos? Seria tão mais fácil... 

É possível alfabetizar em classes numerosas?
 
Resposta: Ana Teberosky - Depende da quantidade de alunos. Em quatro horas de aula por dia com 40 crianças, é muito difícil e eu não saberia como fazer... Seria melhor se cada sala tivesse 20, 25. Em Barcelona, estamos experimentando os agrupamentos flexíveis, que misturam grupos de diferentes níveis, com 12 estudantes e com três ou quatro professores à disposição para orientação. Existem algumas possibilidades desde que haja contribuição da gestão pública.


Pois é... se nem Ana que é especialista conseguiria porque nós com 40 efetivamente conseguiríamos? Ah... as brasileiras são mágicas!!!!