''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

sábado, 29 de outubro de 2011

O Palhaço

     Selton Melo é um homem apaixonante, seu jeito meigo conquista à primeira vista. "O Palhaço" é um filme singelo, que mostra a realidade dos circos mambembes que existiam no interior do Brasil. Filas imensas pra ver os filmes hollyoodianos enquanto esse só haviam 5 pessoas na sala de cinema. Recomendadíssimo!!
Beijos a todos!



     "O Palhaço", segundo filme dirigido por Selton Mello, que estreia nesta sexta-feira, é uma daquelas histórias que são repletas de momentos singelos, situações bobas até, mas que transformam nossa vida em algo especial. Selton também atua no longa e interpreta Benjamin, palhaço do Circo Esperança. Ele divide o picadeiro com seu pai, Valdemar, interpretado por Paulo José. Juntos, formam a dupla Pangaré e Puro Sangue. A trupe percorre o interior de Minas Gerais numa pequena caravana, fazendo espetáculos em cidades como Passos e Montes Claros.
     Selton até disse que não se deixou influenciar pelos filmes de que gosta para criar "O Palhaço". Mas é possível ver referências a Federico Fellini e Wes Anderson, entre outros. Mas como o ator afirmou em julho, durante o Festival de Cinema de Paulínia, onde o longa foi exibido pela primeira vez, "O Palhaço" tem muito de "Os Trapalhões" e também de Charles Chaplin. "É inevitável a referência de Fellini. Ele filmou, de forma definitiva, o teatro", comentou Selton.
      Com o pai ficando cada vez mais velho, Benjamin passa a assumir diversas funções administrativas dentro do circo. A responsabilidade passa a sufocá-lo, já que ele tem que resolver muitos problemas do negócio, mas não tem tempo para resolver os dele. Como o fato de não ter, por exemplo, uma carteira de identidade. Em crise, Benjamin passa a se questionar se deve seguir com a vida nômade de palhaço, ou abandonar tudo e seguir novos rumos. Mas, até chegar a essa conclusão, ele e a trupe irão passar por engraçadíssimas situações.
     Essas passagens são interpretadas por convidados especiais, como Moacyr Franco, Jorge Loredo (o Zé Bonitinho) e Luiz Pereira Neto (o Ferrugem). A participação de Moacyr Franco no longa, de apenas três minutos, é impagável. Ele interpreta o delegado Justo, que prende o bando após se meterem numa confusão de bar. Já Jorge Loredo é o dono de uma loja de ventiladores que passa as noites contando piadas sem graça para seus funcionários. Selton destacou também que, na hora de formar o elenco, quis misturar atores experientes e iniciantes. "É assim no circo. Uma mistura de gerações". É o caso da atriz Giselle Motta, de 29 anos, que faz seu primeiro filme. Antes, ela trabalhou com circo nos Estados Unidos.
     A história é ambientada nos anos 80 - época que, segundo Selton, é a época de sua juventude e o período da vida de que mais tem saudade. O palhaço que Selton criou é também triste e depressivo. Para isso, o ator também tem resposta. "A maioria dos palhaços que conheço são tristes".
No longa, o diretor também arrumou espaço para homenagear sua cidade natal, Passos. Em uma cena, Benjamin viaja até Passos atrás de uma mulher, e lá encontra o dono de uma loja de autopeças. O rapaz é interpretado por Danton Mello, irmão de Selton. As informações são do Jornal da Tarde.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Chapeuzinho vermelho sem lobo mau

 Minha opinião talvez desagrade as "feministas de plantão", mas que inveja do tempo de nossas avós em que elas ficavam em casa tricotando e cuidando dos filhos, por causa dessas que queriam "direitos iguais" trabalhamos em 3 ou até mais turnos para sermos vistas como independentes. Tiramos dos homens a necessidade de ser o provedor, o protetor e o progenitor, visto isso eles abriram mão do cavalheirismo que antes era inato ao gênero...


Chapeuzinho vermelho sem lobo mau

Não há nada no mundo que me dê mais sono do que uma feminista falando sobre o patriarcalismo


      Outro dia duas amigas, mulheres bonitas e jovens, emancipadas, se lamentavam porque os homens de hoje não abrem portas, não deixam as mulheres se sentarem, não pagam a conta, enfim, não são cavalheiros.
Claro, nem elas, nem eu assumimos que isso seja uma queixa nova na velha lista de queixas devido à emancipação feminina.
      Mas nem tudo são perdas na emancipação feminina, só um ignorante ou um mau-caráter diria uma coisa dessas. Para usar uma expressão do mundo dos recursos humanos em finais de semana de treinamento para motivação (nada mais brega no mundo do que workshops de motivação, não?), a emancipação feminina, como tudo mais, tem seu "lado mais" e seu "lado menos".
      Disse a elas o óbvio: "Mas, para receber esse tratamento, vocês têm de obedecer, meninas!". Rimos muito com isso.
Claro que, antes que algum inteligentinho berre dizendo que esta é uma observação machista, a expressão "obedecer" aqui nada tem a ver com "Amélia traga minha cerveja já".
A expressão "obedecer" aqui tem mais a ver com aquele gostinho gostoso do jogo homem-mulher, entre quatro paredes, no qual homens são lobos maus e mulheres chapeuzinhos vermelhos (ou meninas da capa vermelha como está mais na moda falar depois do recente filme).
Tenho de explicar tudo porque umas das coisas que a "crítica ideológica" da relação entre os sexos causa em quem acredita nela (além da chatice usual) é a perda do senso de sutileza.
      Quando os homens não podem pensar nas mulheres como objetos sexuais no seu dia a dia (o que não implica ser mal-educado, aliás, falta de educação aqui é antes de tudo falta de conhecimento do "objeto em questão", objeto este que demanda cuidados na "manipulação" porque é inclusive "explosivo") sem que alguma chata fale palavras como "machismo", "patriarcalismo", "blá-blá-blá", acaba-se perdendo a vontade de "mandar na Chapeuzinho Vermelho". O lobo mau desiste de ser mau.
      O que as mais chatinhas não entendem é que público e privado se misturam para além de suas críticas ao "poder masculino". E que, à medida que as mulheres se tornam "iguais" aos homens, muitos acham que não há porque as desejar tanto assim.
      Não há nada no mundo que me dê mais sono do que uma feminista. Principalmente quando o assunto é a tal crítica do patriarcalismo (o "poder masculino").
      Interessante como tem gente que, além de apontar os abusos reais que existem no mundo por conta de os homens serem mais fortes do que as mulheres (atenção: não esqueça, cara leitora da capa vermelha, que essa força maior do homem é parte do lobo mau que a menina da capa vermelha em você tanto gosta...), ama dizer que mesmo a poluição é fruto do patriarcalismo. Pode uma coisa dessas?
Isto é, "sociedades matriarcais" não poluiriam o mundo porque não seriam gananciosas e acumulativas.
      Alguém já olhou um armário de uma mulher e contou o número de pares de sapato e de vestidos que ela tem? Nada acumulativas. Ou o número de batons?
      Nada contra, já disse muitas vezes, a vaidade numa mulher é sua segunda pele, só mulheres mal-educadas ou muito infelizes não são vaidosas. Quanto mais cores diferentes de batom, melhor.
      Mas as "invejosas do falo" (diriam as psicanalistas mais clássicas) adoram dizer que "tudo é política", logo, "tudo é ideologia patriarcal".
Se as mulheres se sentem sozinhas, isso é uma questão política. Se alguém vomitar de medo, isso é uma questão política. Se as mulheres têm pressão arterial mais baixa do que os homens, isso é culpa do patriarcalismo (logo, é política), porque foram os homens que escreveram os tratados de fisiologia, logo...
      Enfim, nada mais machista por parte da seleção natural do que fazer com que as mulheres fiquem grávidas e não os homens, porque assim as obrigou a serem mais seletivas no sexo, porque afinal pagam caro por ele.
      Ou será que isso também é opressão patriarcal? Úteros e ovários são a prova cabal de que o universo é patriarcal? A dor do parto é parte desse plano de opressão?
      Será que, se criticarmos bem o patriarcalismo, os homens ficarão grávidos e não mais as mulheres?

ponde.folha@uol.com.br