''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Espírito Esportivo


Marcos e Rogério Ceni
Demonstração de civilidade e espírito esportivo no jogo de ontem entre Palmeiras e São Paulo.
Que bom fosse se todos os esportistas tivessem a mesma atitude.

sábado, 29 de agosto de 2009

"A Onda" e as tentações do nazismo


O pequeno fascista que existe em nós


História mostra que há em todo mundo a sombra do pensamento totalitário.


O caso tem base real, pois aconteceu nos Estados Unidos, mas seu desenvolvimento é pura ficção. Uma escola quer mostrar aos alunos as vantagens e desvantagens de determinadas formas de governo e concepções políticas. Um professor de cabeça arejada deseja pegar a turma que iria explorar os pressupostos do anarquismo. Mas a direção da escola o manda dar aulas de autoritarismo. E lá vai ele, com a melhor das intenções e o pressuposto didático de que a maneira correta de combater uma posição indesejável é mostrar quais são as consequências. O propósito é levar um ideário até seu limite.
Partindo desse princípio, o diretor
Dennis Gansel trabalha, de maneira sutil, com as sementes de autoritarismo que existem na cabeça de cada um. Essa disposição pode ser vista como universal. Mas assume forma dramática no país onde se passa a história, a Alemanha, por conta do seu passado recente. Há um preâmbulo necessário. os jovens já não podem nem ouvir falar em nazismo ou Hitler. "Não temos nada com o passado." A despeito disso, a proposta do professor Rainer Wenger é mostrar como ninguém está totalmente vacinado contra idéias totalitárias e como elas criam, como atitude psicológica em indivíduos e grupos e como forma política.
Assim, a natural tendência à associação pode levar a uma radical separação entre quem pertence e quem não pertence ao grupo. A idolatria ao líder e o estabelecimento de limites entre o "fora" e ao "dentro", com a consequente intolerãncia em relação a quem é diferente e não adere ao grupo. Intolerância que pode, no limite, assumir todas as formas possíveis de violência. Isso acontece nas torcidas de futebol, grupos rivais de adolescentes, agrem
iações políticas. No limite, deu no nazismo e no fascismo.
Embora faça um filme de tese, Gansel trabalha com sutileza, sem forçar a barra. Mesmo porqu
e sua fábula moral é a de uma espécie de aprendiz de feiticeiro. Alguém que manipula coisas perigosas, não sabe a hora de parar e chega a fins indesejáveis. O desfecho é ampliado em relação ao que aconteceu na vida real. Dramaticamente, mostra que a democracia e a aceitação da diferença são bens sempre precários, nunca de fato conquistados. A sombra do pensamento autoritário está sempre presente, no fundo de cada um de nós. Basta olhar para o dia a dia e se convencer disso.
Luiz Zanin Oricchio. (O Estado de SP)

O filme “A onda” tem início com o professor de história Rainer Wenger explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade”, um símbolo gráfico para representar “A onda”, etc.
O professor Wenger se declara o líder do movimento da “onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo d’A onda, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar.
O desfecho do filme é dado pelo professor ao desmascarar a ideologia totalitária que sustenta o movimento d’A onda , denuncia aos estudantes o sumiço dos sujeitos críticos diante de poder carismático de um líder e do fanatismo por uma causa.
Embora o filme seja uma metáfora de como surgiu o nazi-fascismo e o poder de seus rituais, pode conscientizar os estudantes sobre o poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos ou religiosos. O uso de slogans, palavras de ordem e a adoração a um suposto “grande líder” se repetem na história da humanidade: aconteceu na Alemanha nazista, na Itália fascista, e também no chamado ‘socialismo real’ da União Soviética, principalmente no período stalinista, na China com a “revolução cultural” promovida por Mao Tsé Tung, na Argentina com Perón, etc. Ainda, recentemente, líderes neo-populistas da América Latina, valendo-se de um discurso tosco anti-americano, conseguem enganar uma parte da esquerda resistente a aprender com a história.
Postei em 27/07 com o tema a Sociologia do Fungo, onde em dois filmes (O leitor e O Homem Bom) há uma tentativa de mostrar o lado humano do adepto ao nazismo. Que às vezes cometem erros não por opção mas por acreditar que está fazendo o certo seguir ou mesmo por uma ideologia. As cenas do quadro são do original de 1981.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Loucas Horas

Uma coisa que não sei viver sem.. é música no carro. Engraçado em casa não me faz falta... mas dirigindo.... Recordo quando adolescente eu me imagina dirigindo na Rodovia Castelo Branco ao som de Bruce Springstenn (Dance in the Dark), não sei o porque dessa rodovia já que a única que conhecia era a Dutra e Fernão Dias! A mais de 140 km por hora... (bom isso eu faço!!)
Sábado a noite voltando pela Marginal Tiête tocou uma música que a muito tempo eu não ouvia... parece que fui transportada para outra década... onde minhas únicas preocupações eram estudar e trabalhar (não como hoje). Sempre tenho esses devaneios, se ouvindo uma valsa eu me transporto para Viena usando aqueles vestidos longos e rodados maravilhosos. Numa ópera imagino um mezanino do Municipal com toda a "Pompa e Circunstância"...
Só não me imagino em baile funk e roda de pagode! Mas... voltando à Marginal Tiête... tocou uma música do Guilherme Arantes que mesmo antiga me lembra de acontecimentos recentes.
Aqui está...



domingo, 23 de agosto de 2009

Você participa da vida escolar de seu filho?




Já é comprovado que a participação dos pais na vida escolar dos filhos se não decisivo é fundamental para um bom rendimento.
"Nenhum outro fator tem tanto impacto para o progresso de um aluno quanto a interferência adequada da família. E isso se faz sentir, positivamente, por toda a vida adulta." (Naércio Menezes. Coordenador do Instituto de Ensino e Pesquisa. Insper).Como participar da vida escolar de seu filho?

Algumas medidas tomadas em conjunto surtem efeito uma vez adotadas com persistência.
1. Incentivar o filho a fazer a lição de casa e ir à escola todos os dias.
2. Providenciar um lugar tranquilo onde ele possa estudar.
3. Ter livros e
m casa.
4. Orientar, mas jamais dar a resposta certa.*
5. Preservar um tempo livre. Não adianta lotar a agenda de atividades fora da escola. Ele também precisa de tempo para brincar, o cansaço compromete o rendimento.
6. Comparecer
à reunião de pais.
7. Conversar sobre seu dia na escola.
8. Monitorar o boletim.

9. Procurar o colégio em caso de dúvidas.
10. Não faze
r pressão na hora do vestibular.

*Um ponto deve ser esclarecido. Não cabe ao pai agir como professor em casa, confusão comum, e sem nenhum reflexo positivo.
Prestem ajuda quando solicitados porém jamais deem a resposta, estimule a pesquisa. Demonstre, desde cedo, e de forma bem concreta, quanto se valoriza a educação. Se possível monte uma biblioteca em casa e mantenha o hábito de conversar com os filhos sobre o que se passa na escola.

Os pais brasileiros são os menos participativos na rotina escolar, parte desse desinteresse se deve à baixa escolaridade de uma enorme parcela dos pais, que não permaneceu na escola tempo suficiente para aprender a ler, tampouco para consolidar o hábito do estudo de modo a passá-lo adiante.
Isso também ocorre nas classes mais abastadas, uma ds razões remete ao fato de a educação no Brasil ainda não ser vista como artigo prioritário. A educação aparece em 5o. lugar entre as maiores preocupações dos brasileiros. Vem atrás de estabilidade no emprego, equilibrio entre o trabalho e lazer, pagamento de dívidas e a economia do país.
Outra visão que predomina é a de que a escola deve se encarregar sozinha do processo educativo (terceirizar responsabilidades).
Nos anos 60 com o advento dos movimentos estudantis e da Contracultura, inicia-se no Brasil forte processo de contestação à noção de hierarquia, na relação entre pais e filhos, o conceito de liberdade passou a ser confundido com permisividade.
Segundo a educadora Tânia Zagury, autora do livro "Escola sem Conflito: Parceria com os Pais". "A inabilidade da família em estabelecer limites em casa faz com que deleguem à escola tarefas que deveriam ser delas também."

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que os efeitos da presen
ça dos pais na vida escolar, ainda que mínima fazem notar por toda a vida adulta.
Eu como educadora sinto falta dessa participação dos pais na vida escolar do filho, só comparecem quando convocados ou quando estão para perder algum benefício governamental. Muitas vezes essa ausência deve-se muito ao fato de que os mesmos estão muito preocupados com o ter e menos com o ser. É o mundo da globalização. E você participa da vida escolar de seu filho?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O bandido é você!


Leis repressivas servem como nova forma de legitimação a políticos desmoralizados
Marcelo Coelho
Folha de SP 19/08/09
APESAR DAS imoralidades cotidianas da política, acho que em muitos lugares do Brasil uma ideia está com os dias contados. É o velho lema do "rouba, mas faz".De Adhemar de Barros a Paulo Maluf, passando por Médici e Juscelino, a realização de grandes obras públicas foi uma das principais razões para a popularidade de um governante.Mas, hoje em dia, para o governo Serra por exemplo, o Rodoanel parece ter menos impacto do que a lei antifumo.Basta ver um anúncio publicado recentemente nos jornais, em que celebridades como Jô Soares e Pelé aparecem usando uma camiseta, com o símbolo de cigarro proibido, em apoio à iniciativa do governador.Claro que não falta ali o logotipo do governo do Estado. O anúncio rememora a clássica propaganda eleitoral em que atores de novela enunciam melosamente seu apoio a determinado candidato.Fica mais fácil, evidentemente, mobilizar os famosos para uma causa em tese meritória e cívica.A grande maioria da população, aliás, apoia a ideia de proibir rigorosamente o cigarro em qualquer lugar onde possa haver prejuízo à saúde dos não-fumantes.Admito o acerto da lei, ainda que seus exageros sejam evidentes. Que dizer de um bar onde todos os garçons sejam fumantes? Por que não aceitar que seja um reduto da nicotina, para quem quiser entrar nele?Não importa. Minha impressão é que, depois do "rouba mas faz", e do espetáculo parlamentar do "rouba e não faz nada", cria-se uma nova forma de legitimação política para os governantes.Governante bom é aquele que proíbe as coisas.O sucesso de tal atitude se comprovou na lei contra os outdoors, na gestão Serra/Kassab em São Paulo.Por sorte, não escrevi nada a respeito na época em que a iniciativa começou. Eu achava que aquilo não daria certo, que tiraria emprego de muita gente, e que a cidade não ficaria melhor depois da lei.Eu estava enganado. Perto da Folha, por exemplo, os olhos do pedestre respiram com a retirada de tudo quanto é cartaz e fachada de mau gosto. A arquitetura original de alguns prédios degradados revive, e a cidade ganha de novo cara de cidade.Desconheço as estatísticas, mas, sem dúvida, a lei da cidade limpa ajudou muito a reeleição do prefeito Kassab.O contraste é completo, se pensarmos nas tentativas da prefeita anterior, Marta Suplicy, inventando uma obra viária para agradar a classe média (certo túnel na avenida Rebouças), que acabou indispondo mais ainda o eleitorado rico contra o PT.Não, o caminho para adquirir votos é outro. Grandes e pequenas obras contam, a esta altura, não como um ato político importante, mas como uma rotina de Estado. De resto, as dimensões que adquirem os casos do Rodoanel e do metrô extravasam os limites temporais de uma administração determinada.Fazer, todo político faz. Roubar, todo político rouba. Então onde marcar a diferença entre um político e outro?Talvez em coisas como a lei antifumo e a Cidade Limpa. O prefeito ou o governador que se apresentarem no papel de entidade proibitiva e repressora ganharão votos em todo lugar. Não precisam defender a pena de morte: que defendam o banimento dos fumantes, por exemplo.Encarnando a repressão legítima, cada governante inverte os termos da equação trivial nos dias de hoje. A saber, a de que os políticos são bandidos e os cidadãos são inocentes.Eis que descobrimos, com a Lei Seca e a investida contra os fumantes, que os cidadãos não são inocentes de modo nenhum. São, na verdade, criminosos e assassinos.Atende-se, desse modo, à vontade de ver, de vez em quando, a lei ser cumprida. Sabemos que, ao contrário do escroque norte-americano Bernard Madoff, não haverá condenação rápida nem garantida para os espertalhões nacionais -muito menos para senadores e deputados.O prêmio de consolação é ver um ricaço, obviamente alcoolizado, às voltas com guardas de trânsito. É ver a lei sendo seguida à risca quando um adolescente, inchado de ecstasy, inventa de acender um cigarro no meio da balada.A vontade de legislação -e de fiscais- preenche, desse modo, a falta de ética de todo o sistema político brasileiro. Esperto é o governante que, antes de ser acusado, aponta a acusação de ilegalidade contra os cidadãos -por senso de culpa, os eleitores terminam votando nele.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Limites






Alguns amigos mais próximos me classificam como "mãe-má", alguns concordam com minha forma de educar outros não. Sempre acreditei que os filhos tem que ter "limites" e que deve haver hierarquia, os filhos obedecem aos pais. Uma visão retrógrada? Pode ser, mas meus filhos sempre foram elogiados pela educação que demonstram. Recebi um texto, que me fez pensar num incidente que tive com meu filho semana passada e mais que nunca reafirmo minha posição de "mãe-má". Como educadora utilizo a mesma postura tentando mostrar aos pais a sua posição de liderança e não liderado. Gostaria de saber a opinião de vocês à respeito do texto e me respondam, alguma vez você já disse "não" a seu filho(a)? Comentem.
Beijos.







LIMITES

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na História.
O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas" do que nós, ousadas, e mais "poderosas" que nunca!
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais, e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. O primeiros que crescerem sob o mando dos pais, e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o pior: os últimos que respeitaram os pais ( às vezes sem escolha) e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.
Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.
E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, que os patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para "ganhá-los" e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e dar tudo a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos verem tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundado uma sociedade que parece ir à deriva sem parâmetros nem destino.
Se o autoritarismo suplanta, humilha, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores. Vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual muitos estão afundando, descuidados. Os LIMITES abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A pipa e a flor









A pipa e a flor
é um livro de literatura infantil de autoria do escritor e psicanalista brasileiro Rubem Alves, publicado em 1994.

Rubem Alves Boa Esperança, 15 de setembro de 1933, é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.


Poucas pessoas conseguiram definir tão bem os caminhos do amor como Rubem Alves, numa fábula surpreendente, cujos personagens são: uma pipa e uma flor.
"Fiquei triste vendo aquela pipa enroscada no galho da árvore. Rasgada, ela girav
a que girava, ao vento, como se quisesse escapulir. Mas não adiantava. Você já viu aqueles bichinhos de asas, quando eles caem em teias de aranhas? Era daquele jeito... Tive dó. Pipa não foi feita para acabar assim. Pipa foi feita para voar. E é tão bom quando a gente as vê, lá no alto... Eu sempre tive vontade de ser uma pipa..." (Rubem Alves)

A história começa com algumas considerações de um personagem que deduzimos ser um velho sábio. Ele observa algumas pipas presas aos fios elétricos e aos galhos das árvores e afirma que é triste vê-las assim, porque as pipas foram feitas para voar. Acrescenta que as pessoas também precisam ter uma pipa solta dentro delas para serem boas. Mas aponta um fator contraditório: para voar, a pipa tem que estar presa numa linha e a outra ponta da linha precisa estar segura na mão de alguém. Poder-se-ia pensar que, cortando a linha, a pipa pudesse voar mais alto, mas não é assim que acontece. Se a linha for cortada, a pipa começa a cair.



Um menino confeccionou uma pipa. Ele estava tão feliz, que desenhou nela um sorriso. Todos os dias, ele empinava a pipa alegremente. A pipa também se sentia feliz e, lá do alto, observava a paisagem e se divertia com as outras pipas que também voavam.
Um dia, durante o seu vôo, a pipa viu lá embaixo uma flor e ficou encantada, não com a beleza da flor, porque ela já havia visto outras mais belas, mas alguma coisa nos olhos da flor a havia enfeitiçado.
Resolveu, então, romper a linha que a prendia a mão do menino e dá-la para a flor segurar.

Quanta felicidade ocorreu depois!A flor segurava a linha, a pipa voava; na volta, contava para a flor tudo o que vira.
Acontece que a flor começou a ficar com inveja e ciúme da pipa.
Invejar é ficar infeliz com as coisas que os outros têm e nós não temos;
ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro quando a gente não está perto.
A flor, por causa desses dois sentimentos, começou a pensar: se a pipa me amasse mesmo, não ficaria tão feliz longe de mim...
Quando a pipa voltava de seu vôo, a flor não mais se mostrava feliz, estava sempre amargurada, querendo saber com quem a pipa estivera se divertindo.
A partir daí, a flor começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha, até que a pipa só podia mesmo sobrevoar a flor.

Há três finais possíveis para ela:

1 - A pipa, cansada pela atitude da flor, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta.

2 - A pipa, mesmo triste com a atitude da flor, decidiu ficar, mas nunca mais sorriu.
3 - A flor, na verdade, era um ser encantado. O encantamento se quebraria no dia em que ela visse a felicidade da pipa e não sentisse inveja nem ciúme.

Isso aconteceu num belo dia de sol: a flor se transformou numa linda borboleta e as duas voaram juntas.



Essa fábula me chamou atenção por ter lido ontem um trecho do livro "Carta entre amigos" sobre inveja e achei muito objetiva a definição que Chalita utiliza.
"A inveja destrói as relações e cria embaraços desagradáveis. O invejoso é pior do que aquele que cobiça. O invejoso não deseja o que é do outro, deseja apenas que o outro não tenha o que tem, não seja o que é. O invejoso não tem e não é! Não como uma condição essencial, mas como consequência de sua própria negação por desperdiçar tanto tempo e tanta atenção à história alheia.(...)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Conselho de "Ética"???




O que mais posso dizer... QUE VERGONHA!!! Me veio à mente aquele refrão tão cantado em estádios... “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...” Orgulho?? De que??? Bizarro isso, estou torcendo para que meus alunos não leiam uma só linha sobre política. Eu que sempre incentivei que eles se atualizassem à respeito, rogo para que fiquem na ignorância.

Como posso ensinar ética se os exemplos que temos nos mostram totalmente o contrário.

Os mandos e desmandos de nossos senadores e governantes, estão ultrapassando todos os limites.

Como mostra o exemplo de meu post do dia 08 de Julho, onde o sequestrador diz que deseja ser julgado pela “Comissão de Ética (impunidade) do Senado”.

Nosso Congresso Nacional parece mais um cortiço. Vossa Excelência??... Garanto que eram outros pronomes (adjetivos) que lhes vem ao pensamento...


Assisti essa semana aos repórteres quando foram entrevistar Collor sobre a cobrança de Pedro Simon. À porta do carro, o senador disse: “Manda ele à...”. Meteu-se no automóvel antes de completar a frase.


Utilizo um texto que gosto muito, na primeira aula de cada ano (quando pego uma turma nova) que fala sobre ética... Eu o nomeei de “Corrente do Bem

A diferença entre os países pobres e ricos não é a idade do país.
Isto pode ser demonstrado isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egito , que tem mais de 2000 anos e são pobres. Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que a 150 anos eram inexpressivos, hoje são países ricos e desenvolvidos.
A diferença entre os países pobres e ricos também não reside nos recursos naturais disponíveis. O Japão possuí um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. O país é como uma imensa fábrica flutuante, exportando produtos manufaturados.
Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. Em seu pequeno território cria animais e cultiva o solo durante apenas 4 meses no ano. Não obstante, fabrica laticínios da melhor qualidade. É um país pequeno, que passa uma imagem de segurança, ordem e trabalho, o ue o transformou na caixa forte do mundo.
Executivos de países ricos que se relacionam com seus pares de países pobres mostram que não há diferença intelectual significativa. A raça ou a cor da pele não são importantes, imigrantes rotulados de preguiçosos em seus países de origem são a força produtiva de países europeus e asíaticos ricos.
Qual é então a diferença?
A diferença é a atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela educação e cultura.
Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os seguintes principios de vida:
1- A ética como princípio básico.
2- A integridade.
3- A responsabilidade.
4- O respeito às leis de regulamento.
5- O respeito pelo direito dos demais cidadãos.
6- O amor ao trabalho.
7- O esforço pela poupança e pelo investimento.
8- O desejo de superação.
9- A pontualidade.
Nos países pobres, apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária.
Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco.
Somos pobres porque nos falta atitude.
Nos falta vontade para cumprir e ensinar esses princípios de funcionamento da sociedades ricas e desenvolvidas.

Quando acordaremos para a "nossa" realidade? Eu me pergunto porque pessoas honestas votam (novamente) em Collors, Sarneys, e toda corja que já conhecemos bem a índole. Collor perdeu seu mandato como presidente, isso é de conhecimento de qualquer "ignorante". É a mesma coisa que contratar novamente um ex-funcionário que foi demitido por ter sido pego em flagrante roubando a empresa. Não adianta nos eximirmos da culpa, somos tão culpados quanto, e até mesmo "coniventes".
Eles são as raposas e nós as galinhas...







segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A vida que vale a pena ser vivida


Posto aqui o comentário que fiz no blog "Pessoa em Construção" que nos leva a seguinte questão.
Se podemos viver de muitas formas, qual é então a vida que vale a pena ser vivida?


Posto aqui algumas anotações do curso que dá o título ao seu post...



"A vida que vale a pena ser vivida"
EUDAIMONIA – Instante de vida que vale por ele mesmo.
Não está a serviço de nenhuma outra vida.
Vida que vale por ela mesma – EUDAIMONICO – Critério Aristotélico de vida boa.

NIETSZCHE
Intensidade – critério da vida boa.
Não importa o que você encontre, importa que o encontro seja intenso.
A vida boa é aquela que não é pensada, é feita para ser vivida intensamente.



Agora usando novamente a “fala” do Prof. Clóvis de Barros Filho no curso em questão.



“Todos tem a possibilidade de viver diferentemente devido à livre escolha. Aristóteles disse sobre a vida que deve ser vivida através do conceito da felicidade. Para ele, tudo o que encanta no universo tem uma finalidade. Por isso, vive bem quem está em busca da sua finalidade.”
“ Aristóteles disse também que se somos singulares, nossas finalidades são únicas, mas temos algo em comum, somos humanos. A vida vale a pena ser vivida quando não se percebe que ela passou.”
“Qual o medo fundamental que aflige o ser humano? O medo fundamental que nos aflige é o medo da morte e a filosofia pode nos ajudar a perder esse medo. Somos mortais, mas somos eternos porque se o professor Clóvis morrer, ele vai se constituir em um ente, em um ser ou em outra coisa qualquer. Não devemos ter medo da morte, porque depois dela reorganizaremos”.
“Se você se reorganizar em um cotonete, por exemplo, será porque você errou em sua finalidade. O mundo afeta o ser humano de duas formas, uma aumenta e outra diminui sua potência de agir. O aumento de potência faz o sujeito ficar alegre e ter alegria de viver. Quando a potência é diminuída, o ser humano fica impotente e triste.”