''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A máquina de fazer salsichas

O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento fez o seu trabalho. O objetivo será avaliar o que sobrou
UM HOMEM RESOLVEU dedicar-se à produção de salsichas. Aconselhando-se com técnicos e cientistas, foi informado de que o que havia de mais moderno para tal fim era uma máquina importada de fazer salsichas. Ele não titubeou: comprou a dita máquina porque queria ser um produtor de salsichas bem sucedido.
A máquina era assim: numa extremidade, havia um grande funil onde a carne deveria ser colocada. Apertava-se um botão e a máquina começava a funcionar. Na outra extremidade, fim do processo, saíam as salsichas gordas e vermelhas.
Mas não basta que a máquina produza salsichas. É preciso que a produção seja comercialmente vantajosa. E como se avalia isso? Comparando-se os quilos de carne colocados no funil inicial com os quilos de salsicha que saem na extremidade final da máquina. Se, na entrada, se colocam cem quilos de carne e saem 95 quilos de salsichas, a máquina é ótima. Mas se só saírem dez quilos de salsichas, a máquina não presta.
Não estou procurando sócios para uma aventura econômica. Minha coisa é a educação. E pensei que a educação poderia ser avaliada por um exame parecido com a máquina de salsichas -que comparasse os "quilos" de saberes que as escolas colocam nos olhos, ouvidos e memória da "máquina" chamada "aluno" com o que "sobra" ao final.
As escolas colocaram muita coisa dentro do meu funil, nos 17 anos que as frequentei. Quatro anos no curso primário, um no curso de admissão, quatro no ginásio, três no curso científico e cinco no curso superior.
Multipliquei o número de meses, pelo número de dias, pelo número de horas, pelo número de anos: cheguei a 16.830 -o número de horas que passei assentado em carteiras ouvindo a fala dos professores.
O exame -um tipo de Enem- seria assim: Primeiro: o programa para o exame seria constituído de tudo o que se pretendeu ensinar nesses 17 anos, do primeiro ao último ano. O que foi colocado no funil.
Segundo: os alunos não assinarão os seus nomes porque não são eles que estão sendo avaliados, mas o desempenho da máquina, isto é, do sistema escolar.
Terceiro: não haverá "cursinhos" preparatórios para tais exames. Será proibido também recordar a matéria. Guarde isso: o aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento fez o seu trabalho. O objetivo do exame será avaliar o que sobrou.
Eu me sairia muito mal. Não me lembro das classificações das rochas. Lembro-me dos nomes "dolomitas" e "piroclásticas", mas não sei o que significam. Esqueci-me do "crivo de Erastóstenes". Não sei fazer raiz quadrada. Não sei onde se encontra a serra da Mata da Corda.
Também me esqueci das dinastias dos faraós. Não sei a lei de Avogadro.
Sei pouquíssimo de análise sintática. Acho que, dos 100% de saberes que as escolas tentaram enfiar dentro de mim, só sobrariam uns 10%.
Você depositaria suas economias mensalmente num fundo de investimento, por 17 anos, se você soubesse que depois desses 17 anos receberia só 10% do que você depositou?
Alguns concluirão que a culpa é dos professores. Outros, que a culpa é dos alunos. Não creio que a culpa seja dos professores ou dos alunos.
Acho mesmo é que a culpa é da carne que se põe na máquina: ela está estragada. As salsichas cheiram mal.
O nariz as reprova. O jeito é vomitá-las, isto é, esquecê-las. Concluo: a performance das escolas melhorará se a carne estragada for substituída por uma carne que produza salsichas apetitosas...

Rubem Alves (Folha de SP 29/09/09)



Você também é responsável
Autores: Dom e Ravel

Eu venho de campos, subúrbios e vilas,
Sonhando e cantando, chorando nas filas,
Seguindo a corrente sem participar,
Me falta a semente do ler e contar

Eu sou brasileiro anseio um lugar,
Suplico que parem, prá ouvir meu cantar

Você também é responsável,
Então me ensine a escrever,
Eu tenho a minha mão domável,
Eu sinto a sede do saber

Eu venho de campos, tão ricos tão lindos,
Cantando e chamando, são todos bem vindos
A nação merece maior dimensão,
Marchemos prá luta, de lápis na mão

Eu sou brasileiro, anseio um lugar,
Suplico que parem, prá ouvir meu cantar

domingo, 27 de setembro de 2009

Hoje é meu dia!

Hoje faço 44 anos, pensei... o que me faz mais falta? Cheguei a conclusão que não é o que... mas de quem?... Sinto falta de minha mãe, falta de sua comida, de sua atenção, de seus conselhos, de seu carinho... e o mais importante, de seu COLO!
Lembro-me que às vezes
ficava sentada no chão com a cabeça em seus joelhos, ela alisando meus cabelos, ou mesmo sentada, aninhada em seu abraço. Adorava isso, e é o que me faz mais falta.

Todos nós
temos aqueles momentos em que tudo que necessitamos é um colo, um abraço, atenção, e isso nenhuma mãe (pai) nega, amigos, aproveitem enquanto vocês os tem por perto. Sem vergonha, sem pudor, aconcheguem-se ... eles poderão ficar surpresos, mas de maneira alguma vão lhes negar um carinho...
Com essa idade, após ter
ficado viúva, minha mãe voltou a trabalhar, com dois filhos já crescidos ( um casado e outras em vias do matrimônio...) e uma menininha de 5 anos (eu!!...rs) que havia adotado. Minha mãe é minha heroína, é meu ideal de mulher, forte, determinada, quisera eu ter metade dessa coragem, dessa força, desse brio. Todos que a conheceram, a amaram.

Penso ter vivido ao menos metade de minha vida, fiz m
uitas coisas que quis, outras ainda estão por fazer. De algumas me arrependo, de outras faria novamente ( farei!) Realizada como mãe (má...rs), já fui realizada profissionalmente, hoje meus amigos mais próximos sabem que dei o melhor de mim, formei muitos cidadãos, mas hoje com algumas exceções, está impraticável a profissão. O sacerdócio morreu a muito tempo.

Chegou a mim hoje
um email (que dia mais previdente!) que gostei muito, tanto vou compartilhar com vocês, meus amigos que me acompanham nesse blog.








Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do
que já vivi até agora.

Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói até o

caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas,
procedimentos e regimento
s internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reu
niões de 'confrontação', onde
'tiramos fatos a limpo'.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, mi
nha alma
tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja
tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. (desconheço autor)



Aos meus amigos, que tanto amo espero poder contar com vocês muitos, e muitos anos de nossas vidas. Obrigado por vocês existirem e compartilharem de minha vida.

Muitos beijos e (TAM...) Pessoas especiais em minha vida, existem muitas mais... algumas não tenho foto, mas com certeza em estão em meu coração.








quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Educação e autoridade


Hoje assisti a reportagem de uma professora que repreendeu um aluno por ter pichado a classe (que havia sido pintada dia 7 de setembro num mutirão entre pais e professores) está sendo advertida pelo seu ato. O aluno "coitado" está traumatizado e sem ir para a escola a uma semana. Que inversão de valores é essa? Já não basta os pais não darem limites aos filhos e terem transferido "sua obrigação" de educar para o Estado, e ainda querem dar lição de moral à professora!! Tenho batido nessa “tecla” em algumas postagens, sobre educação, limites, falta de autoridade dos pais, e essa reportagem de Lya Luft publicada essa semana na revista Veja vem ao encontro de meus medos e anseios.


Educação e autoridade

Lya Luft

Antes de uma palestra sobre educação para algumas centenas de professores,um jornalista me indagou qual o tema que eu havia escolhido. Quando eu disse: Educação e Autoridade, ele piscou, parecendo curioso: “Autoridade mesmo, tipo isso aqui pode, aquilo não pode?”. Achei graça, entendendo sua perplexidade. Pois o tema autoridade começa a ser um verdadeiro tabu entre nós, fruto menos brilhante do período do “É proibido proibir”, que resultou em algumas coisas positivas e em alguns desastres – como a atual crise de autoridade na família e na escola. Coloco nessa ordem, pois, clichê simplório porém realista, tudo começa em casa.

Na década de 60 chegaram ao Brasil algumas teorias nem sempre bem entendidas e bem aplicadas. O “É proibido proibir”, junto com uma espécie de vale-tudo. Alguns psicólogos e educadores nos disseram que não devíamos censurar nem limitar nossas crianças: elas ficariam traumatizadas. Tudo passava a ser permitido, achávamos graça das piores más-criações como se fossem sinal de inteligência ou personalidade. “Meu filho tem uma personalidade forte” queria dizer: É mal-educado, grosseiro, não consigo lidar com ele”. Resultado, crianças e adolescentes insuportáveis, pais confusos e professores atônitos: como controlar a má-criação dos que chegam às escolas, se uma censura séria por atitude grave pode provocar indignação e até processo por parte dos pais? Quem agora acharia graça seria eu, mas não é de rir.

Gente de bom senso advertiu, muitos ignoraram, mas os pais que não entraram nessa mantiveram famílias em que reina um convívio afetuoso com respeito, civilidade e bom humor. Negar a necessidade de ordem e disciplina promove hostilidade, grosseria e angústia. Os pais, por mais moderninhos que sejam, no fundo sabem que algo vai mal. Quem dá forma ao mundo ainda informe de uma criança e um pré-adolescente são os adultos. Se eles se guiarem por receitas negativas de como educar – possivelmente não educando-, a agressividade e a inquietação dos filhos crescerão mais e mais, na medida em que eles se sentirem desprotegidos e desamados, porque ninguém se importa em lhes dar limites. Falta de limites, acreditem, é sentida e funciona como desinteresse.

Um não é necessário na hora certa, e mais que isso: é saudável e prepara bem mais para a realidade da vida (que não é sempre gentil, mas dá uma porrada) do que a negligência de uma educação liberal demais, que é deseducação. Quem ama cuida, repito interminavelmente, porque acredito nisso. Cuidar dá trabalho, é responsabilidade, e nem sempre é agradável ou divertido. Pobres pais atormentados pobres professores insultados, e colegas maltratados. Mas, sobretudo, pobres crianças e jovenzinhos malcriados, que vão demorar bem mais para encontrar seu lugar no grupo, na comunidade, na sociedade maior, e no vasto mundo.

Não acho graça nesse assunto. Meus anos de vida e vivência mostraram que a meninada, que faz na escola ou nas ruas e festas uma baderna que ultrapassa o divertimento natural ao seu desenvolvimento mental e emocional, geralmente vem de casas onde tudo vale. Onde os filhos mandam e os pais se encolhem, ou estão mais preocupados em ser jovenzinhos, fortões, divertidos ou gostosas do que em ser para os filhos de qualquer idade algo mais do que caras legais: aquela figura à qual, na hora do problema mais sério, os filhos podem recorrer porque nela vão encontrar segurança, proteção, ombro, colo, uma boa escuta e uma boa palavra.

Não precisamos muito mais do que isso vir a ser jovens adultos produtivos, razoavelmente bem inseridos em nosso meio, com capacidade de trabalho, crescimento, convívio saudável e companheirismo e, mais que tudo, isso que vem faltando em famílias, escolas e salas de aula: uma visão esperançosa das coisas. Nesta época da correria, do barulho, da altíssima competitividade, da perplexidade com novos padrões – às vezes confusos depois de se terem quebrado os antigos, que em geral já não serviam -, temos muita agitação, mas precisamos de mais alegria.

domingo, 20 de setembro de 2009

Amor e Sexo


Rita Lee

Composição: Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor



Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é Cinema...
Sexo é imaginação
Fantasia.
Amor é prosa
Sexo é poesia...
O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem...
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O ser e o blog



Um dos pontos mais curiosos da filosofia existencialista, defendida por Sartre, é de que as pessoas poderiam exercer seu livre arbítrio até nas doenças. Estando em um barco, por exemplo, enquanto havia pessoas que passavam mal, enjoavam, Sartre dizia que isso não acontecia com ele, simplesmente porque "ele" havia decidido não adoecer.

A verdade é que os existencialistas provocaram um terremoto nas idéias do século 20. Havia boas condições para que isso acontecesse: o mundo tentava entender a Segunda Guerra e seus desdobramentos; a ocupação francesa, a resistência - da qual Sartre fez parte - e ainda incrédulo tomava cada vez mais conhecimento das atrocidades nazistas.

Diante disso, uma teoria que desconsiderava Deus - onde Ele havia andado durante o genocídio? - e atribuía a cada ser humano a responsabilidade sobre as coisas era notável.

Sartre produziu uma ficção que tomava suas próprias experiências como argumento. Ao mesmo tempo levava a vida como se fosse ele próprio um personagem de um livro que haveria de escrever diariamente até a morte.

Um idealista, mas um prático. Uma das máximas de Sartre diz que "o homem está condenado à liberdade", ou seja, não há uma ordem comum a qual podemos seguir e nos confortar.

Cada qual está condenado a ter que optar e decidir por si. E isso vale para o conjunto, é claro, a humanidade. Por mais que as religiões insistam em parâmetros, as razões e conseqüências da nossa existência terão que ser decididas por nós. Sem profetas ou profecias.

Jean-Paul Sartre foi o último dos grandes filósofos. Depois que ele morreu, em 1980, o cargo ficou vago. Talvez essa seja uma das conseqüências da atualidade: muitos nadadores, mas só de superfície.

As infinitas criações de formas e possibilidades de expressão atuais não são afeitas a mergulhadores de águas profundas. Os blogs que se proliferam feito baratas no lixo, por exemplo, ainda que anunciem uma possibilidade democrática maior, têm o poder de pulverizar, além de envelhecer, qualquer idéia em poucas horas.

Por outro lado, nunca ficou tão próximo de cada um a possibilidade de existir no sentido filosófico, se levarmos em conta que existir é se exprimir. Só que desse jeito as coisas ficarão inexoravelmente mais descartáveis.

Os Sartres, os Nietzsches, os Shakespeares, assim como os Beatles, os Bob Dylans, ou os Fellinis, talvez fiquem inviáveis, uma vez que eles precisarão de tempo para serem compreendidos. E tempo é algo que o mundo da instantaneidade não dispõe.

Sem os grandes artistas, os grandes pensadores, sem uma mídia unificada a ditar as regras de aproximação e conduta, o que sobra é o homem comum, sozinho diante da tela do computador, interligado a outros semelhantes num infinito espaço virtual. Ou seja, condenado como nunca à liberdade.

domingo, 13 de setembro de 2009

Eu Te Amo, Cara





Em EU TE AMO, CARA, Paul Rudd quer um amigo pra chamar de seu.






Deixei passar quando o filme estreiou nos cinemas. Foi um tremendo erro. Assisti o DVD e finalmente entendi os mistérios desse estranho mundo que é a amizade entre "machos".


A sequencia que dá início ao filme mostra Peter se ajoelhando aos pés da namorada Zoey e pedindo-a em casamento. Empolgada ela aceita e logo liga para as amigas contando a novidade e já fazendo planos. Até que o inevitável vem à tona: Peter não tem com quem dividir a boa nova, não tem para quem ligar , nem tem com quem sair para comemorar. Não tem um melhor amigo com quem possa tomar cerveja, jogar pôquer ou assistir a esportes. Não tem ninguém para ser seu padrinho. Exposto ao ridículo pela própria família em meio a um jantar , ele decide então correr o mundo atrás de sua alma-gêmea masculina e encontrar um amigo pra chamar de seu. Quem vai ajudá-lo na empreitada é seu irmão gay, que tem toda a segurança do mundo em se tratando de relacionamentos masculinos. E que tenta orientar o irmão, dando dicas de como se aproximar de outros caras.


Mas as investidas de Peter não dão certo ( e ele acaba até ganhando um beijo na boca, de um homem que confunde suas intenções), até que conhece Sidney Fife que de tão despachado e gente boa, acaba conquistando a simpatia. É com Sidney que Peter começa a ter seus primeiros momentos de "macho", no sentido mais sexista possível, se embebedando e falando abertamento de sexo (apesar do bloqueio inicial).


No conceito de "Eu Te Amo, Cara", um homem só será completo quando tiver algum amigo (do sexo masculino) muito próximo. Peter neste caso está com problemas. Ele é um agente imobiliário. O filme mostra que Peter é mais 'feminino' que seu irmão gay, a quem o pai chama de melhor amigo. Peter tem apenas amigas no trabalho. Planeja uma série de encontros com homens pra encontrar um amigo, até que encontra Sidney ( o que todo homem gostaria se ser, de bem com a vida, cheio de namoradas e amigos descolados). A amizade entre os dois se torna tão forte que eles não desgrudam. Zoey que insiste tanto para ele encontrar um amigo, fica enciumada. Mas não era o que ela queria? São as idiossincrasias das meninas.


"Eu Te Amo, Cara" é uma das poucas comédias românticas voltadas para o público masculino. Como a maioria delas com um casamento no final, a noiva, aqui, é um mero detalhe. O noivo e seu padrinho são quem assegura o "felizes para sempre".




quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A cura do ciúme




Neurocientistas descobrem que o sentimento ativa os mesmos circuitos cerebrais que uma dor de dente, isso abre a possibilidade de um dia resolvermos as desilusões amorosas pingando um simples remedinho.


Revista Galileu no. 218 Setembro 2009


Ninguem sabe do que uma pessoa é capaz quando sente ciúme, mas a neurociência identificou quais circuitos cerebrais são ativados pelo "monstro de olhos verdes" (da expressão inglesa "Green-eyed monster", descrita por Shakespeare em Otelo). Como no caso das dores físicas, descobertas desse tipo inspiram a criação de vários remédios e tratamentos. Assim, quem estuda o assunto afirma que chegará o dia em que uma pílula vai poder evitar que pessoas percam noites de sono em soluçados prantos.
Uma pesquisa publicada pelo Instituto Nacional de Ciências Radiológicas do Japão na edição de fevereiro da revista Science mostrou que sentir inveja de uma pessoa - sentimento sempre associado ao ciúme - faz funcionar com mais intensidade o córtex anterior cingulado (CAC), mesma área que está mais ativa quando sentimos dores físicas. A pesquisa juntou voluntários para analisar perfis de outras pessoas. Quando um deles possuía mais posses materiais ou maior status social, eureca! O CAC dos demais começava a trabalhar a todo vapor. "Inveja e ciúme são literalmente emoções dolorosas", diz Hideko Takahashi, líder da pesquisa.

Apesar de ter objetivos diferentes, um estudo americano corrobora a tese e chega ao mesmo diagnóstico. Numa espécie de Big Brother acadêmico, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles montaram um jogo no qual os voluntários iam sendo excluídos, pouco a pouco. E, ao deixarem contrariados o ambiente do jogo, qual parte do cérebro ficava à beira de um ataque de nervos? Ele mesmo, o CAC.
Assim, os cientistas descobriram aquilo que os poetas e boêmios já sabem há séculos: amar dói. A vantagem é que agora a neurociência consegue provar que a rejeição social traz um sofrimento psicológico que se assemelha, pelo menos no cérebro, ao físico. E, já que dá para aplacar uma dor, digamos, real com medicamentos, pesquisadores apostam que será possível exterminar os efeitos de uma desilusão amorosa com remédios.
"Teoricamente, é possível criar medicamentos para tratar as dores da alma". diz Takahashi. Mas por enquanto não adianta sair por aí tomando um Dorflex. Segundo o cientista, ainda não se sabe que tipo composto poderia ser usado para fabricar uma droga desse tipo. E isso só vai acontecer quando os estudiosos derem o próximo passo em suas pesquisas: destrinchar o mecanismo neuroquímico exato por trás desses sentimentos. E isso ainda deve levar alguns anos.
Depois que esse desafio for vencido, vem um longo período de testes. Ou seja vamos ter de esperar mais de uma década pelo remédio que nos irá nos salvar da dor de amor.
Portanto, para manter o "monstro verde" enjaulado sem ter de apelar para um tratamento pesado, a receita, assim como o ciúme, é ancestral: tentar manter feliz a pessoa com quem você divide o teto. E torcer. Afinal, quando se trata de assuntos do coração, nada garante o sucesso de um amor.

Essa dor é necessária?

O ciúme é tão fundamental como um dia foi a nossa preferência por alimentos calóricos.


Apesar de toda a sua complexidade hoje, o ciúme originalmente tem funções básicas, simples e ancestrais: preservar o parceiro, afastar rivais e manter o companheiro fiel sexual, emocional e financeiramente.
Para os homens, o sentimento funciona como uma garantia de paternidade. "É por isso que ele é ativado quando são detectadas pistas de infidelidade sexual ou de outros 'machos' se aproximando da parceira", diz o professor de psicologia evolutiva David Buss, da Universidade do Texas, EUA, e autor do livro A paixão Perigosa (Editora Objetiva).
Para as mulheres o sentimento serve para manter o comprometimento e acesso aos recursos do companheiro, aumentando a chance de sobrevivência da prole. "O importante não é questionar se as mulheres precisam dos homens para se manter, mas se as que receberam recursos adicionais deles foram mais bem sucedidas", diz Buss.
E essa adaptação se manteve até os dias de hoje, independentemente de ela ser importante no contexto da vida contemporânea. É mais ou menos como nosso gosto por alimentos açucarados e gordurosos: o que em outros tempos foi uma vantagem adaptativa para armazenar energia, transformou-se em odiados pneuzinhos no nosso mundo sedentário.





sábado, 5 de setembro de 2009

Eu te amo meu Brasil!




Falta de Civismo

Segunda feira dia 7 faremos 187 anos de independência, mas infelizmente o civismo morreu em seu lugar mais importante, "na escola", cantar o hino, hastear a bandeira ficou na memória dos que estudaram a 20, 30 anos atrás.
Hoje fizemos a comemoração cívica na escola, que coisa deprimente!!!. Alunos mal educados, sem postura alguma, pedi a muitos que retirassem o boné durante a execução do hino, na maioria das vezes ouvi "Eu não posso professora, não penteei o cabelo".. Não sei o que é pior falta de civismo ou utilizando do eufemismo "falta de higiene"!!
Nosso hino me emociona, me arrepia quando escuto os primeiros acordes,
Na minha estreia pra ver um jogo no Morumbi, fiquei estarrecida ao ver que tocava o hino nacional no alto falante e nem jogadores existiam no campo! Minha amiga disse que como era um jogo televisionado somente par a TV a Cabo... tocavam "só pra cumprir tabela". Não é à toa que em jogos internacionais nossos jogadores somente mexem os lábios ou mascam chicletes.
Quando estudava no ginasial (hj fundamental II) sentia tanto orgulho de desfilar com a camisa de minha escola no dia 7 de setembro. Que o Hino volte a ser obrigarório nas escolas, que plantem no coraçãozinho de nossas crianças o amor ao país. O "Brasil" nada tem a ver com essa corja de corruptos que está no poder. Amo meu país e fico triste de ver o que estão fazendo com ele.

Observa-se que patriotismo parece estar fora da moda, embora não seja assunto de modismo, em vista da sua grandeza, pois conhecer sua pátria, sua história, talvez seja o começo para diminuir o grande abismo que há entre o cidadão brasileiro e o exercício da sua cidadania. Não há pátria, sem patriotas, assim, há de se concluir que quem vive em sua terra natal e não é patriota é apátrida. Tiradentes, numa reunião dos inconfidentes, declarou: “O papel mais arriscado, quero-o para mim. Esta terra há de ser um dia maior que a Nova Inglaterra (EUA). Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la”. Napoleão Bonaparte declarou que: “O amor a pátria é a primeira religião do homem civilizado”. John F. Kennedy conclamou: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte-se o que você pode fazer por seu país”. O Civismo é um sentimento que deve ser semeado a todo instante e que deve permear todos os nossos atos públicos. Devemos reaprender a cultivar o amor e o respeito aos Símbolos Nacionais. “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social...”. Definição do Prof. Dalmo de Abreu Dallari.
Por falta de cidadania, o cidadão não cobra seus direitos porque sequer os conhece e não cumpre seus deveres em contrapartida pelo mesmo motivo, sabe no máximo que algumas coisas e algumas atitudes são erradas, mas justifica e se conforma com os erros, tanto dos dirigentes, quanto dos representantes do povo.

Os estadunidenses tem orgulho de seus símbolos nacionais, penduram com honra a bandeira em frente as suas casas, 4 de julho não é somente mais um feriado. Mas é a independência dos Estados Unidos aqui é somente mais uma oportunidade de um final de semana prolongado . No Brasil vemos diariamente bandeiras de times como Corintians, Palmeiras, etc... mas nenhuma da Nação.





vinheta institucional do governo Geisel nos anos 70




Quem cresceu na época da Ditadura como eu, sabia de cor esses hinos. Quando o futebol era o Orgulho Nacional (mesmo sendo usado como instrumento de alienação)




terça-feira, 1 de setembro de 2009

ESTOU TRISTE



ESTOU TRISTE

Rubem Alves Folha de SP 01/09/09


Chegou-me, via internet, este artigo que publiquei faz muitos anos, a propósito do momento político que o país vivia. Eu havia me esquecido dele. Espantei-me. Eu poderia tê-lo escrito hoje. As máscaras, os nomes, os eventos são outros. Mas o “script” é o mesmo. Será que o escrevi num momento de lucidez profética?

“Perdi as esperanças. Escrever, que sempre me foi um motivo de alegria, agora é coisa que faço me arrastando. Penso que o melhor seria parar de escrever. Vinicius se referia à sua ‘inutil poesia’. Poesia é inútil. Os poetas são fracos. As fórmulas dos demagogos são mais palatáveis. Escrevo inutilmente.

Minhas tristezas são duas. Hoje escreverei sobre a primeira: minha desilusão com o PT.

O nascimento do PT anunciou a possibilidade da esperança: fazer política de um outro jeito, combinando ética, inteligência e a opção preferencial pelos pobres.

O PT fazia lembrar os profetas do Antigo Testamento que denunciavam os ricos que exploravam os trabalhadores sem jamais fazer alianças espúrias. Aí o rosto do profeta começou a apresentar rachaduras...

Era a ocasião do plebiscito para decidir entre presidencialismo, parlamentarismo e monarquia. O Lula e o Genoino eram a favor do parlamentarismo.

As bases do PT foram consultadas. E elas votaram pelo presidencialismo. O Genoino engoliu o sapo e se calou. Fez silêncio obsequioso, como diz o cardeal Ratzinger. Mas o Lula não demonstrou desgosto. Engoliu o sapo que as bases lhe impuseram como se fosse uma rã frita com arroz e se tornou loquaz na defesa do presidencialismo...

Fiquei estupefado, curioso sobre os processos mentais que operavam na sua cabeça para que se esquecesse com tanta facilidade das convicções de véspera.

Como psicanalista, eu ignorava qualquer caso de amnésia parecido. Intrigou-me clinicamente a forma como funcionava a cabeça do profeta, tendo-se em conta que não há caso na literatura religiosa de profeta que amoldasse suas convicções em obediência às bases...

E então me perguntei: ‘O que é mais terrível? Ser silenciado pela violência de um ditador inimigo ou ser silenciado por ordem dos companheiros?’ Ah! Também os companheiros podem ser repressores...

A unidade do partido exige que todos brinquem de ‘boca de forno’: todos têm de pensar igual. O diferente é expelido. Como na igreja.

Compreendi que eu nunca poderia me filiar ao PT porque, se há uma coisa que prezo, é a liberdade para dizer o que penso, ainda que eu seja o único a dizê-la.

O tempo passou. Veio o escândalo do ‘caixa dois’ do PT.

O profeta, que disse ignorar tudo deveria ter falado palavras de fogo contra os corruptos. Ao contrário, num fórum, na França, não só admitiu o fato como também o justificou: isso é normal no Brasil...

Agora, o inimaginável: uma fotografia do presidente Lula cumprimentando sorridente o possível ‘companheiro’ Orestes Quércia. Anunciava-se ali o início de um possível n noivado... Para aumentar o meu espanto hoje, quando escrevo, vi uma foto do presidente Lula alegre e sorridente apertando a mão do ‘companheiro’ Newton Cardoso, famoso ex-governador de Minas.

O profeta brinda com os falsos profetas... De fato, só pode ser um caso de amnésia...

Os meus queridos amigos petistas que me perdoem. Meu estômago tem limites. Há um ditado que diz: ‘Pássaros com penas iguais voam juntos...’ Concluo logicamente: “Se estão voando juntos, é porque suas penas são iguais’.

Vocês não tem saudades do PT. Eu tenho.”