''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

sábado, 13 de agosto de 2011

A Árvore da Vida









     Se há, na arte contemporânea, um criador capaz de nos colocar em contato com o sagrado, é o cineasta norte-americano Terrence Malick. Seu cinema não pretende contar histórias e, no que tem de enredo, é antidramático na essência – busca alguma verdade que se esconde por trás das imagens e situações que nos apresenta. E essa verdade, mesmo quando inclui a narração de elementos materiais e sociais, tem caráter metafísico, busca uma definição de existência e um sentido para ela. 
    


      Seus personagens não nos interessam como indivíduos em momentos particulares de suas trajetórias pessoais, mas como arquétipos de seres humanos, estruturas que, potencialmente, existem dentro de cada um de nós. A árvore da vida, que estreia hoje no Brasil, leva ao extremo ideias como essas, já presentes nos filmes anteriores do cineasta, como Além da linha vermelha ou O novo mundo.

     Para quem aprecia a imagem em si mesma, e o cinema como arte da imagem, A árvore da vida é obra-prima. Aliás, é possível que nenhum cineasta vivo tenha uma obra tão magnificamente fotografada quanto Malick. O filme é como o bom viajante: não se interessa pelo ponto onde vai chegar, mas pelo caminho que percorre. Concentra toda a atenção na trajetória e em seus detalhes.
A árvore da vida nos lembra que nascemos, que estamos vivos, que vamos todos envelhecer e morrer. E que haverá instantes tristes e alegres, momentos de ódio e amor. E que dinossauros e seres humanos se equivalem em importância ou na falta dela, tanto faz, no conjunto do universo.

Por Marcello Castilho Avellar, do Estado de Minas

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