''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

sábado, 20 de outubro de 2012


 

Elvis é meu ídolo maior desde a infância, aprendi a ama-lo com meu irmão Wilson, que usava o cabelo com o mesmo corte e as costeletas, dizia que quando Elvis viesse ao Brasil iríamos vê-lo, pena que Elvis morreu antes disso, e meu irmão antes que viesse o show e a exposição. Posto aqui essa homenagem póstuma a esse grande homem, que mobilizou o mundo mesmo sem conhecê-lo.

 
 
 
 
 
 
 
Um Ícone do Nosso Tempo

     A letra de “Long Black Limousine”, do álbum  From Elvin in Memphis, fala de uma pessoa que sai de sua cidadezinha, vai  para a cidade grande e jura retornar em um carrão exótico. A limusine do título se torna um carro funerário. Alguns podem ver a canção como uma irônica leitura autobiográfica ou então uma das muitas contradições de Elvis Presley e de seu próprio mito.

     Elvis foi um dos maiores norte-americanos de todos os tempos, e orgulhosos disso. Saiu de suas modestas fronteiras do sul dos Estados Unidos pra conseguir um apelo universal – ele é uma das poucas pessoas na história recente que são conhecidas apenas pelo primeiro nome. Aproximar-se da arte de Elvis é como mirar um espelho. Você pode olhar para ele e escolhe seu Elvis favorito: o jovem rebelde revolucionário dos anos 50; o gentil galã de cinema da década de 60; ou o mega astro cujos trajes se assemelhavam a uniformes de um super herói do outro mundo, que entrou a década de 70 novamente no topo do mundo para morrer sete anos depois.

     A presença de Elvis ainda é inspiradora – é o exemplo definitivo da auto-invenção e da auto-realização. Você pode nascer na miséria, conquistar o mundo e tornar-se uma entidade maior do que a vida. Teses de sociologia furadas já foram escritas, mas a complexidade do homem ainda desafia palavras. Quando o assunto é Elvis Presley, o mais básico é ainda o que conta: as canções e voz. Apesar de ser ainda formalmente conhecido como “Rei do Rock” – esta palavra de quatro letras tão usada e abusada nestes tempos -, o domínio de Elvis sobre o idioma musical de seu país era imenso. Ele é uma porteira para descobrir o blues, o country, o gospel, o rockabilly e o soul. Por mais previsíveis que meia dúzias dos hits possam soar, a música de Elvis é um oceano ainda pouco explorado. A voz, flexível ao extremo, tinha tudo: poder, alcance, emoção, sutileza acima de tudo, credibilidade. Em 1971, ao aceitar um prêmio que o considerava um dos dez mais destacados jovens de seu país, o astro citou “Without a Song”, de Irving Berlin: “Se, a canção, o homem não tem amigos, sem uma canção o dia não termina. Então, eu vou continuar cantando a minha canção”. E de nossa parte, continuaremos a escutar as canções dele.

 

                                    By Paulo Cavalcante

                                     Editor da Revista Rolling Stone

    

 

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