''Eu tenho meus motivos pra ser exatamente do jeito que eu sou, acredite.''

terça-feira, 30 de março de 2010

Fora, Suplicy!

Fernando de Barros e Silva




          O senador Eduardo Suplicy chegou à reunião da Executiva Estadual do PT, ontem pela manhã montado em 19% das intenções de voto ao governo de São Paulo, conforme registrou o Datafolha. Deixou a mesma reunião, horas depois, anunciando que abria mão da disputa partidária em benefício do senador Aluízio Mercadante, que aparece com 13% na mesma pesquisa.
     O desfecho da novela (a candidatura de Mercadante) era previsível, mas o roteiro de ontem (a desistência instantânea de Suplicy) não.
     O fato é que Suplicy foi massacrado pelo exército lulista. De quase 20 oradores presentes à reunião, nenhum o encorajou a levar suas pretensões adiante. Houve, pelo contrário, pressão unânime para demovê-lo. Um dos petistas, especialmente hostil, chegou a mencionar a eleição ao governo paulista de 1986, quando Suplicy, depois de passar por uma crise pessoal, interrompeu a campanha e se refugiou por alguns dias na serra da Cantareira, alegando ter "perdido o eixo".
     "Fiquei surpreso", diz o senador, referindo-se à falta de receptividade a seu nome. Havia, mesmo, a intenção de assustá-lo, conforme relatos a esta coluna. As gentilezas ficaram por conta do café da manhã que lhe foi oferecido pelo presidente do PT paulista, Edinho Silva, com pão de queijo, suco de caju e bolo - uma variedade à mesa "muito incomum" por lá, segundo o anfitrião fez questão de dizer antes de lhe introduzir o menu amargo da política.
     Mercadante será - como já era - o candidato. Em 2006, ele foi derrotado no primeiro turno por José Serra. Seu maior desafio ainda é conseguir chegar ao segundo turno.
     O episódio de ontem no PT mostra, por um lado, a capacidade quase infinita de Suplicy de jogar para a platéia, faturando algo mesmo quando é derrotado. Sua desistência passa por "gesto de grandeza". Mostra também que, para a cúpula, Suplicy é quase um corpo estranho ao partido, um satélite midiático, circense, personalista. E mostra sobretudo a submissão disciplinada do PT à palavra e à vontade de Lula. 

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um Quixote no PT

    
                                          Instalação Quixote e Sancho no Conjunto Nacional.


Como não deu certo a patética manobra para fazer de Ciro Gomes o candidato ao governo de São Paulo apoiado pelo PT. Lula apontou o dedo para Aloízio Mercadante. Nunca o partido serviu de modo tão escancarado aos caprichos de seu líder autocrático. A chapa está definida: Mercadante para o governo, Marta para o Senado.
     Obedientes a Lula, os demais petistas que sonhavam com o Bandeirantes já se curvaram. Todos, menos ele: EDUARDO SUPLICY. O senador, com mandato até 2014, insiste em manter seu nome na disputa. O lulismo transformou a "democracia partidária" em conversa fiada, mas Suplicy finge acreditar que ela tem validade: recolhe assinaturas, invoca o estatuto, participa de plenárias.
     Será, como tem sido, derrotado pela máquina do partido. Mas seu quixotismo não deixa de ser didático para todos. As restrições da cúpula petista a Suplicy têm muitas vezes a mesma origem de seu prestígio para além do PT.
     Em 2005, ele assinou o requerimento da CPI dos Correios, contrariando a decisão do partido de boicotá-la. Delúbio Soares, em represália, o retirou da chapa que concorria ao Diretório Nacional.


     No ano passado, Suplicy apresentou o cartão vermelho a José Sarney na tribuna do Senado. Duas horas depois, encontrou o então presidente do PT, Ricardo Berzoini, que lhe virou a cara, negando-se a cumprimentá-lo. Mais recentemente, Suplicy disse ao chanceler Celso Amorim que Lula deveria rever sua posição e atuar publicamente pela liberdade de expressão em Cuba.
     São episódios emblemáticos, que hogam luz sobre o lado sombrio do PT. Entre os princípios e as conveniências, entre a democracia e a corrupção dos amigos, o partido de Lula fez suas opções.
     Com sua fala vagarosa e exasperante, com seu ar naïf, para muitos de falso tolo, Suplicy se tornou uma figura meio folclórica. Há no PT até quem o compare ao personagem Forrest Gump. Soa quase como um elogio com tantos aspirantes à família Corleone.
            Fernando de Barros e Silva (Folha de  SP 22/03/10)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Normose

Martha Medeiros

 Renoir -As banhistas


Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? 




Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.


terça-feira, 9 de março de 2010

Que falta faz uma pombagira...


 Nosso amigo Luiz Felipe Pondé foi infeliz nesse texto, não sei se proposital o publica no dia Internacional da Mulher, chega a ser ofensivo, mas o postei para que pudessem decidir por vocês mesmo e comentarem. Insinua que as mulheres na sua maioria são fúteis, interesseiras e só pensam em regime. 

Deixo a questão com vocês.....




As mulheres só topam sexo oral com homens porque são obrigadas? Humm... Custo a crer
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MULHERES GOSTAM de fazer sexo oral em homens? Dirá a leitora assustada: "Meu Deus, do que estará falando este colunista em plena segunda-feira de manhã, quando só consigo pensar em trabalho? Isso é papo de sexta-feira à noite, cara! Vá se tratar... Isso não se pergunta a uma dama sem pelo menos três taças de vinho antes e um jantar num restaurante caro!".
Calma, querida leitora, não fique brava. Tome mais um gole de café, coma uma fatia de pão integral com queijo branco (ainda será o queijo branco indicado pelas nutricionistas ou já descobriram que ele engorda?). Passe seu batom em paz, calce seu salto alto. Sorria pra si mesma no espelho.
Vou explicar. Não estou querendo lembrar a você o final de semana sem graça que teve, ou, ao contrário, o final de semana cheio de graça que teve, se você deu sorte e se sua pombagira sorriu pra você. Você sabe o que é uma pombagira? Não? Então, vá a uma gira de umbanda (uma reunião religiosa em um terreiro de umbanda), numa noite que as entidades espirituais que descem ao mundo (isto é, nos corpos de algumas mulheres) são mulheres que, quando viveram neste mundo, foram mulheres devassas (como a cerveja maldita da Paris Hilton, cujo comercial foi proibido pela repressão fascista). Cada mulher tem "sua" pombagira. Quer ouvir um segredo? Em matéria de espiritualidade, são minhas prediletas. Voltando à vaca fria, será que estamos todos loucos e, desde a caverna, a vida sexual de machos e fêmeas foi um engodo porque as mulheres só topam sexo oral com homens porque são obrigadas? Humm... Custo a crer.
Vamos aos detalhes sangrentos. Você viu nesta Folha, dia 24/2, na Folha Corrida, uma foto onde há uma mulher, ajoelhada (presumo, porque as pernas dela não aparecem, mas também pode estar sentada numa cadeira de escritório), diante de um homem, que tem sua mão posta sobre a cabeça dela, pronta para ser "obrigada" a fazer sexo oral nele? Em sua boca, ela tem um cigarro. A mensagem é "fumar é uma submissão, como o sexo oral feito por mulheres em homens".
Trata-se da campanha de uma associação de não fumantes na França que quer denunciar a submissão dos fumantes aos malditos fabricantes de cigarros.
Sem entrar no mérito de que suspeito dessa coisa de que fumantes são vítimas de submissão aos fabricantes (talvez porque nunca senti compulsão para fumar, como muita gente sente, apesar de adorar tabaco), acho que essa propaganda é um caso clássico de exagero ideológico. Claro que existe violência sexual no mundo, mas, cara leitora, você há de convir que esse papo paranoico de "ideologia sexista" já encheu o saco, não? Imagine só, você, entre duas taças de vinho, exigir "um sexo sem ideologia"! Vai acabar vendo no Discovery Channel a vida sexual dos ursos em vez de viver a sua.
Essa foto revela uma tendência comum nas últimas décadas, que é a demonização do macho tal como prega a crítica do sexismo, tão afeita às mais chatinhas. Para essa crítica, a sexualidade é socialmente construída e não tem base biológica, e, nesse "socialmente", estaria a essência ideológica do sexo heterossexual que é o "poder do macho sobre a mulher". Logo, mulheres fazem sexo com homens porque são vítimas do poder masculino.
Calma, cara leitora, eu sei que você está rindo aí, entre uma mordidinha e outra do seu pão integral com geleia natural light, consciente do seu poder pleno sobre aquele que lhe deseja.
A intenção da crítica ao sexismo seria produzir "sexo cidadão" (que horror!) ou sexo socialmente saudável. Ou seria, talvez, "sexo consciente", cujo oposto, "sexo inconsciente", seria sonambulismo sexual? Não existe sexo saudável, todo sexo, para ser bom, tem que ser meio doente, escondido, miserável, maldito, sujo. Não existe sexo "livre". A tal revolução sexual é puro marketing de comportamento. Camas vazias de desejo e cheias de palavras vãs, cercadas por fotos do Foucault. Meus avós transavam melhor.
Nudez sem castigo não dá tesão, por isso, toda nudez tem que ser castigada. Um dos maiores afrodisíacos da história é a relação entre sexo, pecado, medo e poder. A fronteira entre o bem e o mal na cama é sutil demais pra quem crê nesse negócio de "sexismo".
Essa foto é um exemplo da lástima que é a politização da sexualidade, a serviço das agendas de grupos militantes da sociedade que só atrapalham (de propósito) a já conturbada vida contemporânea entre homens e mulheres.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Café Filosófico - As Pontes de Madison








As Pontes de Madison

A adaptação para o teatro de “As Pontes de Madison” está impecável...




Robert Kinkaid interpretado no teatro por Marcos Caruso disse numa entrevista : “- Quando olho para Clint Eastwood me sinto o cocô do cavalo do bandido - brinca . - Ele é o estereótipo do homem rústico, capaz de conquistar qualquer mulher com apenas um olhar. É o primeiro papel que eu faço em minha vida em que preciso usar esse lado sedutor. -


Para quem não sabe, o filme conta a história de amor na maturidade da vida dos protagonistas.


Ambos já passados dos 50 anos, com uma vida presumivelmente estruturada e definida, sem esperanças de grandes surpresas.


Francesca, a personagem de Meryl Streep (Denise Dell Vecchio no teatro antes interpretada por Jussara Freire), é uma dona de casa do Condado de Madison, Iowa, imigrada da Itália pelo casamento com um americano - o único homem que havia conhecido até então. Mãe de dois filhos adolescentes, isolada na sua pacata vida doméstica, representa uma ponta da típica família do sonho americano.






Robert, vivido por Clint Eastwood, é fotógrafo e jornalista da National Geographic. Um aventureiro andarilho e solitário, gentil em seu modo de ser, mas que nunca havia enxergado alguém de fato, que percorre quase todos os caminhos do mundo para um dia estar ali naquele lugar e conhecer Francesca. O encontro entre Robert e Francesca dura apenas quatro dias, mas a paixão é tão avassaladora que as suas vidas se modificarão para sempre. O que importa é o sublime e a poesia do encontro entre duas almas e não o tempo de duração.


Robert conhece o mundo e tem grande intimidade com o ser humano e com a natureza. É muito feliz e sempre colocou a sua liberdade em primeiro plano.


Entusiasma-se com a segurança que Francesca lhe oferece. Francesca, por sua vez, se encanta com o espírito libertador do amante, pois abandonou a sua profissão para cuidar da casa e da família.


A separação é a renúncia para que o amor não esmoreça, pois os protagonistas vivem em realidades diferentes.


A história é contada em flashbacks a partir da leitura dos diários de Francesca, que revela essa passagem de sua vida, encontrados por seus filhos (Caroline, interpretada por Luciene Adami e Michael, interpretado por Paulo Coronato) depois de sua morte. É através dos filhos que o público vai descobrir os segredos do romance.


O encontro dos dois é uma dessas ocasionalidades da vida. Francesca limitada por seu cotidiano simplório, compartilha com Robert, a admiração por suas aventuras e andanças. E assim instala-se uma paixão nesses 4 dias, meio etérea, que chega tarde, pressupondo renúncias dolorosas.


Apesar de se manter oculta e desconhecida por terceiros, esse amor é revelado após a morte dos que a viveram, aos filhos de Francesca, numa espécie de anotações deixadas por ela como legado às escolhas deles.


É através do olhar dos filhos de Francesca que o público descobre o encontro e o amor entre ela e Robert, que se dá quando ambos já estão com a própria vida consolidada. Francesca é uma italiana casada e com dois filhos que vive uma vida pacata em uma fazenda. Robert é fotógrafo e aventureiro, sem família, mas apegado à sua liberdade. Os dois vivem uma intensa e breve história de amor.


O filme tem cenas sutilissimas, transbordando as dores das escolhas, num amor transcedental e de muito bem querer.


Pra mim... essas são as cenas que estão gravadas em minha alma...




Agora um trailer da cena mais marcante e significativa do filme...

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Tea Party"

Luiz Felipe Pondé




O "europeu" Obamase revelou inábil para lidar com a "liberdade americana"




 

O ATUAL movimento conservador "Tea Party" (a festa ou o partido do chá) nos EUA merece nossa atenção. No século 18, contra o aumento dos impostos, os colonos americanos teriam jogado sacos de chá ao mar como um recado ao rei inglês: "Não vamos aceitar mais impostos". Esse fato marca o início da Revolução Americana.
Como todo movimento de massa é meio ridículo, com ilhas de significado em meio a desertos de clichês. Mas não é só isso. A referência ao "gatilho" da Revolução Americana é profunda no imaginário dos Estados Unidos e não pode ser tratada como se fosse uma coisa de caipiras ignorantes que vivem entre porcos comendo seus farelos enquanto espancam suas esposas infelizes.
A mídia e a academia geralmente boicotam uma atenção maior ao Iluminismo americano (diferente do francês, mais conhecido), que funda a mentalidade americana e gera fenômenos do tipo "Tea Party" como um derivado possível.
Um exemplo cotidiano desse boicote ou falta de neutralidade é a crítica à Fox News, alinhada aos republicanos. A mídia em geral é alinhada aos democratas, por isso o ataque à Fox News. Tampouco há neutralidade na academia: quase todos são de "esquerda", negar isso é má-fé. Professores negam aos alunos a chance de conhecer referências que diferem das suas próprias crenças políticas, como se essas fossem "ciência". O pensamento de "esquerda" (mesmo aguado) permanece hegemônico na esfera das ideias e das políticas públicas.
Mas o que é esse Iluminismo norte-americano? Quando o "Tea Party" se diz defensor da liberdade, não é blefe, está sustentado numa tradição responsável em grande parte pelo sucesso dos EUA. Há uma sólida concepção de liberdade na experiência histórica americana que vê como parte essencial da liberdade sua relação íntima com o risco e a coragem de assumir sozinho a responsabilidade pela vida. A vida é perigosa e a verdadeira liberdade cobra um preço, financeiro e existencial.
O filósofo John Adams (presidente dos EUA entre 1797 e 1801) dizia que a liberdade deve ser protegida contra seus inimigos via instituições políticas. Uma das formas de entendermos isso é: as instituições políticas devem impedir que o Estado crie leis que o torne um "sócio" na vida econômica ou moral dos cidadãos.
A chave do Iluminismo americano é a liberdade e não a igualdade. Aliás, esta só vale enquanto define que todos são igualmente livres perante a lei para cuidar de suas vidas sem ter que carregar ninguém nas costas, a menos que seja voluntariamente.
Por outro lado, esse Iluminismo é fundado numa suspeita acerca da natureza humana (herança de uma colonização calvinista clássica). Daí que discursos sobre "direitos pagos pelo Estado" soam como desculpas para preguiçosos que simplesmente não acordam cedo ou não aguentam o preço que a liberdade individual custa: o risco do fracasso no lugar do sucesso. As pessoas adoram viver à custa do Estado: o culto da vítima social é uma praga na Europa.
A "colônia" americana logo ultrapassaria a Europa. O que esses americanos se perguntam é: por que devemos nós, mais fortes, "aprender" com os europeus (mais fracos)? O "socialista" Obama aqui não é diferente do rei inglês, se metendo na vida cotidiana desta liberdade intratável e inegavelmente produtora de riqueza. O "europeu" Obama se revelou inábil para lidar com a "liberdade americana".
O filme "O Último dos Moicanos", baseado no romance homônimo de James Fenimore Cooper, pode nos ser útil aqui. O longa-metragem se passa durante a guerra contra os franceses pela América do Norte. Os ingleses organizavam as chamadas "colonial militias" para lutarem contra os franceses, milícias essas que servirão de base para o Exército americano que derrotará os ingleses 20 anos depois.
Num dado momento, um oficial inglês que organiza a milícia de Nova York se irrita com o personagem Nathaniel, interpretado por Daniel Day-Lewis, colono criado entre os moicanos. E por quê?
Indagado por um colono o que faria se suas famílias fossem atacadas, enquanto eles lutassem ao lado dos ingleses, o oficial diz: "Pelo lar, pelo rei, pela nação, por isso devem ir à guerra". Nathaniel retruca: "Não me venha dizer o que eu faço com o meu escalpo". O oficial pergunta: "E você se considera um súdito leal da coroa?", ao que Nathaniel responde imediatamente: "Não me considero súdito de nada". Esse é o espírito.